MARCOU GERAÇÕES

DIÁRIO DO PARÁ se despede de Quinderé, revisor com 30 anos de dedicação ao jornal

Antônio Sérgio Pimenta Quinderé, um dos funcionários mais queridos e lembrados do DIÁRIO DO PARÁ, faleceu na noite da última quarta-feira (21), aos 76 anos

Antônio Sérgio Pimenta Quinderé, um dos funcionários mais queridos e lembrados do DIÁRIO DO PARÁ, faleceu na noite da última quarta-feira (21), aos 76 anos
Antônio Sérgio Pimenta Quinderé, um dos funcionários mais queridos e lembrados do DIÁRIO DO PARÁ, faleceu na noite da última quarta-feira (21), aos 76 anos

Antônio Sérgio Pimenta Quinderé, um dos funcionários mais queridos e lembrados do DIÁRIO DO PARÁ, faleceu na noite da última quarta-feira (21), aos 76 anos, em um hospital no centro de Belém, em decorrência de complicações gastrointestinais. Quinderé deixa esposa e três filhos.

Admitido em 16 de agosto de 1982 — uma semana antes da primeira edição do jornal ir às ruas —, Quinderé trabalhou ininterruptamente por 30 anos no DIÁRIO, até fevereiro de 2012, quando se afastou para tratar problemas de saúde. Apesar do afastamento, seu contrato de trabalho seguia suspenso, mantendo o vínculo com a empresa. Ele completaria 43 anos de casa em 16 de agosto deste ano.

Segundo Priscila Soares Quinderé, filha do revisor e enfermeira, o pai havia sido diagnosticado recentemente com uma grave síndrome coronariana. “Ele já sofria de arritmia cardíaca e a situação foi se agravando. O coração estava dilatado, e isso causava inchaço pelo corpo, principalmente nas pernas e abdômen”, relata.

Ela contou que ele mal se alimentava e não podia se submeter a exames que exigissem sedação, como a endoscopia, devido ao alto risco de parada cardíaca. Ainda assim, iniciou um tratamento. “A situação piorou nos últimos dois meses. Na segunda-feira, ele começou a sentir fortes dores abdominais. Demos remédio, que aliviava por um tempo, mas a dor sempre voltava, cada vez mais intensa.”

Na madrugada de terça para quarta-feira, Quinderé começou a vomitar de forma contínua e a dor voltou com força. Levado ao hospital por volta da meia-noite, foi medicado e diagnosticado com pancreatite. “Ele não dormiu nada e continuou vomitando apenas líquidos”, contou Priscila.

Na manhã de quarta-feira, ele retornou à emergência. Após ser medicado novamente, foi liberado para casa. “Quando chegou, por volta das 13h, ele estava muito fraco e ainda vomitando. Suspeitei de uma obstrução intestinal. Levamos para outro hospital, mas ele já chegou em estado crítico”, lembra a filha.

No hospital, foi confirmado um grave quadro de obstrução intestinal, exigindo cirurgia de emergência. “Mas devido ao coração debilitado, ele não podia ser sedado. Ainda assim, os médicos tentaram o procedimento. Ele foi entubado, mas acabou sofrendo uma parada cardíaca e faleceu por volta das 21h30.”

O velório ocorreu na manhã de quinta-feira, em uma igreja da Cidade Nova, e o sepultamento foi realizado às 15h do mesmo dia.

Homenagens

Clayton Matos, diretor de redação do DIÁRIO DO PARÁ, destacou que Quinderé foi um profissional exemplar ao longo de três décadas. “Era um dos colaboradores mais antigos. Participou das transformações do jornal sem jamais perder o rigor com os textos. Sempre atento ao que poderia ser aprimorado.”

Matos lembrou que Quinderé tinha um “olhar cirúrgico” e era didático ao explicar erros e propor melhorias. “Era um revisor com excelência técnica, querido por todos e referência na área.”

Gerson Nogueira, redator da coluna Repórter Diário e ex-editor-chefe do jornal, recordou que conheceu Quinderé desde os tempos da redação na Rua Gaspar Viana, ainda sob a gestão de Laércio Barbalho, fundador do jornal. “Na mudança para a sede da Almirante Barroso, no fim dos anos 1990, ele permaneceu conosco. Era da velha guarda que fez o jornal crescer em tempos difíceis.”

Nogueira destacou a competência e paixão de Quinderé pela revisão, área que considera hoje quase extinta nas redações. “Ele corrigia com precisão, cuidava da qualidade dos textos e evitava que o jornal saísse com erros. Foi um companheiro valoroso e um dos pilares do nosso DIÁRIO DO PARÁ por décadas.”