Nesta segunda-feira (5), moradores de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, realizaram um protesto em frente à Prefeitura da cidade.
Nesta segunda-feira (5), moradores de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, realizaram um protesto em frente à Prefeitura da cidade.

IRREGULARIDADES

Protesto em Ananindeua cobra explicações da Prefeitura sobre sorteio de casas

Nesta segunda-feira (5), moradores de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, realizaram um protesto em frente à Prefeitura da cidade.

Nesta segunda-feira (5), moradores de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, realizaram um protesto em frente à Prefeitura da cidade.
Nesta segunda-feira (5), moradores de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, realizaram um protesto em frente à Prefeitura da cidade. Foto celso Rodrigues/Diário do Pará.

Nesta segunda-feira (5), moradores de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, realizaram um protesto em frente à Prefeitura da cidade. O grupo pede explicações sobre o sorteio das unidades do Residencial Pouso do Aracanga, realizado no último dia 1º de maio.

O empreendimento, com 1.344 unidades habitacionais, começou a ser construído em 2013, mas as obras foram paralisadas em 2018. Com apoio técnico e financeiro do Governo Federal, os trabalhos foram retomados, e a entrega das moradias está prevista ainda para este ano.

Durante a manifestação, os moradores exibiam cartazes com frases como: “Fomos injustiçados nesse sorteio”, “Queremos um novo sorteio” e “Queremos um sorteio justo, honesto e verdadeiro”. Eles alegam que pessoas que atendiam a todos os critérios exigidos ficaram de fora da seleção e que a Prefeitura não deu qualquer explicação até o momento.

Os manifestantes exigem uma reunião com o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, para entender por que famílias habilitadas não foram contempladas e por que o sorteio foi feito sem comunicação prévia com o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal.

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Valéria Guimarães, de 29 anos, dona de casa e mãe de duas crianças, conta que espera há mais de 10 anos por uma oportunidade de ser contemplada. Presente no sorteio, ela classificou o evento como uma “humilhação”. “Ficamos em fila debaixo do sol forte. O sorteio foi muito rápido, durou menos de 30 minutos. Apareceram nomes do nada, houve um apagão na tela e nomes repetidos, sem CPF. Muitos sequer estavam na lista de pré-selecionados”, relatou.

Ela criticou a falta de organização e respeito com os inscritos: “Se era para fazer isso, por que abriram inscrições no site? Havia cadeirantes, mães com bebês no colo, esperando sob o sol. Foi uma falta de respeito. Só vereadores estavam presentes. Nenhum representante da Caixa ou do Ministério das Cidades apareceu”, disse.

Giovana Castro, de 23 anos, autônoma, também espera há mais de 10 anos pela chance de sair do aluguel. “Moro com meu marido e dois filhos. Pagar aluguel e manter a casa é muito difícil. Tinha esperança de ser sorteada. Me inscrevi assim que recebi o e-mail da pré-seleção. No sorteio, chamaram mulheres para subir ao palco, mas não deram explicação alguma. Tudo foi muito confuso”, lamentou.

A artesã Ellen Santos, de 58 anos, também compareceu ao protesto. Ela diz que só foi informada do sorteio um dia antes. “O prefeito apareceu em um vídeo chamando os pré-selecionados. Fui cedo ao local, mas o sorteio mal aconteceu. Tinha um cadastro-reserva com menos de 300 nomes, e muitos dos sorteados ninguém conhece. Moro nessa área há anos e nunca ouvi falar dessas pessoas. Queremos transparência, nova chance e diálogo com as autoridades”, afirmou.