REAÇÃO

Após morte de irmãs influenciadoras, ataque a tiros deixa cinco feridos em Fortaleza

Na madrugada de sexta-feira, cinco pessoas foram baleadas em uma tentativa de chacina na Rua 20 de Janeiro, em Fortaleza.

Morte de influenciadoras gera retaliação violenta e cinco são baleados na Barra do Ceará
Morte de influenciadoras gera retaliação violenta e cinco são baleados na Barra do Ceará. Foto: Divulgação

Na madrugada de sexta-feira, 2 de maio de 2025, por volta de 1h, cinco pessoas foram baleadas em uma tentativa de chacina na Rua 20 de Janeiro, no bairro Barra do Ceará, em Fortaleza. O ataque ocorreu próximo ao Campo do Cruzeiro, quando um homem armado, trajando apenas calção azul, boné branco e sem camisa, saiu de um carro e abriu fogo contra o grupo reunido na calçada.

As vítimas — Markes Esley Feitosa Rodrigues, 25 anos; Carlos Denílson Ferreira, 47; Luiz Sérgio Damasceno Sá, 68; Eliomar Martins de Souza, 31; e Lucivando Mesquita da Silva, 38 — foram socorridas por moradores e levadas para unidades de saúde, principalmente o Instituto Dr. José Frota (IJF), no Centro. Algumas seguem internadas em estado grave.

A ação criminosa aconteceu poucas horas após o assassinato das irmãs Maria Beatriz Santos de Souza, 20 anos, e Francisca Bianca dos Santos Souza, 15. As jovens, conhecidas por sua atuação nas redes sociais e divulgação de plataformas de jogos de azar como o “Tigrinho”, foram mortas a tiros por integrantes da facção Comando Vermelho (CV).

Vingança por influência e guerra entre facções

De acordo com o inquérito policial acessado pelo Diário do Nordeste, a tentativa de chacina seria uma retaliação orquestrada por Antônio Victor de Araújo Ferreira, 18 anos, conhecido como “Moskou”, e Igor Rodrigues da Cruz, 28, o “Lec-Lec”. Ambos seriam companheiros das vítimas — “Moskou” namorava Bianca, e “Lec-Lec”, Maria Beatriz.

“Moskou”, que se autodeclara influenciador digital com mais de 2 milhões de seguidores no Kwai e 458 mil no Instagram, é membro da facção Guardiões do Estado (GDE), rival do CV. Em vídeos publicados antes da tentativa de chacina, ele chegou a afirmar: “Agora vai ser o crime, é 745 GDE até o fim, pode me decretar”. Para a polícia, sua posição de destaque dentro da facção fez com que a ordem de represália fosse prontamente executada.

Alvo inicial e motivações

As investigações apontam que o verdadeiro alvo do ataque da facção CV era o próprio “Moskou”. Como não foi localizado, os criminosos mataram as duas irmãs em seu lugar. Em resposta, “Moskou” teria ordenado o ataque a moradores de uma área sob controle da facção rival, numa tentativa de vingança e afirmação territorial.

A motivação do CV, por sua vez, estaria relacionada ao fato de “Moskou” ter testemunhado contra a facção em um caso de tentativa de homicídio ocorrido em dezembro passado — episódio que, segundo a polícia, acirrou ainda mais o conflito entre os grupos.

Prisões e andamento do caso

Moskou” e “Lec-Lec” foram presos em flagrante e tiveram suas prisões convertidas em preventivas neste sábado (3), após audiência de custódia. Igor, ferido durante o ataque, está internado sob escolta no IJF. Ele confessou participação no crime, alegando ter permanecido dentro do veículo enquanto os disparos eram feitos. “Moskou”, por outro lado, usou as redes sociais para negar envolvimento.

Até o momento, ninguém foi preso diretamente pela execução das irmãs Maria Beatriz e Bianca.

As informações são do Diário do Nordeste