FRAUDES

“Careca do INSS” fez doação simbólica de R$ 1 à campanha de Bolsonaro em 2022

A doação foi registrada no dia 12 de setembro de 2022, antes do primeiro turno das eleições presidenciais.

A informação consta no site oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foi confirmada pela CNN Brasil.
Reprodução/X

O empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” e apontado pela Polícia Federal como um dos principais articuladores do esquema de fraudes contra aposentados, doou R$ 1 para a campanha de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

A informação consta no site oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foi confirmada pela CNN Brasil. O nome e o CPF registrados na doação são os mesmos citados no relatório da Polícia Federal sobre a Operação Sem Desconto, que investiga irregularidades bilionárias envolvendo o INSS e entidades de desconto associativo.

A doação foi registrada no dia 12 de setembro de 2022, antes do primeiro turno das eleições presidenciais.

Segundo o relatório da PF, Antonio Carlos seria sócio de ao menos 22 empresas, muitas delas envolvidas diretamente nas operações fraudulentas. Ele teria atuado como intermediário financeiro entre associações e servidores do INSS, movimentando milhões em nome de entidades que cobravam descontos não autorizados de aposentados e pensionistas.

Além disso, a investigação aponta que ele possuía diversas procurações para atuar em nome dessas associações e utilizava empresas de Sociedade de Propósito Específico (SPE) para tentar blindar os verdadeiros controladores dos negócios.

Relatórios bancários indicam que Antonio Carlos movimentou R$ 4,2 milhões em apenas dois meses. Parte desses valores teria sido repassada à esposa de Virgilio Antonio Ribeiro de Oliveira, ex-procurador-geral do INSS afastado recentemente, e também a Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança, Planejamento e Inovação do instituto. Há ainda registro de repasses ao escritório do filho do ex-diretor do INSS, André Fidelis.

A Operação Sem Desconto segue apurando o envolvimento de servidores públicos e empresários no esquema, que já é considerado um dos maiores escândalos de fraude contra aposentados no país.