
O banheiro pode ser mais do que um simples espaço de higiene para muitos homens. Segundo um estudo realizado pela empresa Pebble Grey, no Reino Unido, um terço dos homens chega a passar mais de sete horas por ano nesse cômodo, e não apenas por necessidades fisiológicas. O levantamento revelou que boa parte deles busca, na verdade, momentos de alívio do estresse e privacidade.
No Brasil, esse hábito também é comum. Uma pesquisa feita pelo jornalista da Vice com 38 homens entre 19 e 55 anos apontou que 92% passam pelo menos 20 minutos por vez no banheiro — mais de 70% ficam entre 30 e 40 minutos, e seis entrevistados admitiram permanecer até uma hora. Por outro lado, entre as dez mulheres consultadas, nenhuma disse ultrapassar 10 minutos.
Segundo o sistema de saúde norte-americano Geisinger, o movimento intestinal médio leva apenas 12 segundos, e o tempo ideal recomendado no vaso sanitário é de até 10 minutos. Ou seja, o tempo prolongado revela motivações além do óbvio.
Quando perguntados sobre o que fazem durante esse período, os homens apontaram:
- Navegar nas redes sociais (84%)
- Assistir a vídeos (68%)
- Ler notícias (62%)
- Checar e-mails (49%)
- Ver episódios de séries (24%)
- Ler livros (14%)
- Fazer ligações (8%)
A razão mais comum, porém, foi o desejo de ficar sozinho: quase 80% disseram usar o banheiro como um espaço de privacidade. Para o psicoterapeuta Benjamin Jackson, trata-se de um momento necessário para “recarregar as energias”. Ele chama esse período de “tempo da caverna”, que, segundo ele, ajuda a equilibrar os níveis hormonais masculinos e aliviar a pressão do cotidiano.
Jackson ainda explicou que, enquanto muitas mulheres preferem conversar como forma de lidar com o estresse, os homens tendem a buscar atividades solitárias e de foco único, como ver esportes ou ler. Além disso, 63% dos entrevistados disseram demorar mais no banheiro quando estão frustrados com o trabalho ou a vida pessoal, enxergando o local como um “espaço seguro”.
Para o especialista, esse tempo a sós é saudável, desde que não se torne um refúgio para evitar os problemas. “A ‘caverna’ é um lugar importante, mas deve servir para restaurar, não para se esconder”, afirma.