SAÚDE

Hipertensão: a 'doença silenciosa' que avança entre os brasileiros

A doença é uma condição crônica multifatorial, caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias

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A doença é uma condição crônica multifatorial, caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias
Cultivar o otimismo, o perdão e a gratidão pode reduzir a hipertensão

A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, uma “doença silenciosa”, vem ganhando espaço na vida de milhões de brasileiros, muitas vezes sem que eles sequer percebam. Ela é responsável pela morte de 388 pessoas por dia no Brasil, segundo o Ministério da Saúde (MS). 

E o alarme é persistente: um em cada quatro adultos no Brasil já é hipertenso. O MS divulgou, em 2024, que a doença crônica atinge cerca de 27,9% da população brasileira, com base nos dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2023. Sem sintomas evidentes na maioria dos casos, a condição pode evoluir para problemas graves como infarto, acidente vascular cerebral (AVC), aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca.

A doença é uma condição crônica multifatorial, caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias –  quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9). Para o médico cardiologista Antonio Monteiro, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o perigo é justamente a ausência de sinais.

“A hipertensão é chamada de ‘assassina silenciosa’ porque muitas vezes não dá sinais até que cause complicações graves. Quando aparecem sintomas, eles podem ser sutis: dor de cabeça, tontura, visão turva, dor no peito ou sensação de falta de ar”, explica. Já em outros casos, o médico destaca o alerta para o primeiro sinal, que “pode ser algo mais grave, como um derrame ou infarto. Por isso, a melhor maneira de detectar a hipertensão é medir a pressão arterial regularmente, mesmo sem sintomas”.

O avanço da doença entre os brasileiros tem relação direta com os hábitos cotidianos. Dietas ricas em sal, estresse constante ou noites maldormidas estão no cenário para o desenvolvimento da hipertensão. “O estilo de vida moderno – mais sedentário, com dietas ricas em sal, ultraprocessados e pobres em alimentos naturais – tem grande influência nesse aumento. Além disso, o estresse crônico, a obesidade e o consumo excessivo de álcool também são fatores importantes”, detalha.

Ainda, conforme o levantamento do Vigitel, a prevalência do diagnóstico médico é maior entre mulheres, correspondendo a 29,3%, do que entre homens, de 26,4%, nas 27 capitais brasileiras. Contudo, em ambos os sexos, a frequência aumentou com a idade e diminuiu com o nível de escolaridade. “Vivemos mais tempo hoje, o que também aumenta a prevalência da hipertensão com o envelhecimento da população. É uma combinação de maus hábitos com o próprio aumento da expectativa de vida”, considera Monteiro.

PREVENÇÃO

É possível evitar ou ao menos controlar a pressão alta com atitudes simples, mas consistentes. “ Não adianta só agir quando a pressão sobe, a prevenção precisa fazer parte da rotina”, frisa. A prática regular de exercícios físicos, mesmo os mais leves, já é considerada positiva para colher bons resultados. “O exercício é um dos pilares no controle da hipertensão. Atividades aeróbicas como caminhada, corrida leve, natação ou ciclismo são especialmente eficazes. Para quem está começando, a caminhada diária, em ritmo moderado e com regularidade, é uma ótima forma de iniciar”, orienta.

“A recomendação geral é de pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana, sempre respeitando a condição individual de cada pessoa e, idealmente, com avaliação e orientação médica antes de iniciar”, finaliza.

Ele lista as mudanças mais urgentes:

  • Reduzir o consumo de sal
  • Praticar atividade física regular
  • Manter o peso adequado
  • Ter uma alimentação baseada em frutas, legumes e alimentos naturais
  • Controlar o consumo de álcool
  • Parar de fumar
  • Controlar o estresse
  • Fazer check-ups periódicos

TRATAMENTO (SERVIÇO)

Além dos cuidados com a alimentação e a prática de exercícios, é fundamental fazer uso de medicação prescrita – com o acompanhamento médico periódico, pois somente ele poderá determinar o melhor método para cada paciente. A hipertensão não tem cura, mas tem controle. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece medicação gratuita por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e do programa Farmácia Popular.

Para retirar os remédios, basta apresentar: documento de identidade com foto; CPF; e receita médica dentro do prazo de validade, que são 120 dias. A receita pode ser emitida tanto por um profissional do SUS quanto por um médico que atende em hospitais ou clínicas privadas.