SEGURANÇA

Pará tem uma das maiores reduções de roubos de celulares

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Pará teve queda de 20,2% nos casos registrados de roubos de celulares entre 2022 e 2023

Programa Celular Seguro, do governo federal, está contribuindo para enfraquecer o mercado ilegal

FOTO: Alberto Bitar
Programa Celular Seguro, do governo federal, está contribuindo para enfraquecer o mercado ilegal FOTO: Alberto Bitar

O Pará é uma das unidades da Federação onde foi observada uma das maiores reduções no número de roubos de celulares, com queda de 20,2% nos casos registrados, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Quando comparados também os furtos de aparelhos, as duas estatísticas em conjunto tiveram redução de 10% de um ano para o outro, com 720,1 casos a cada 100 mil habitantes em 2022 contra 645,2 em 2023.

O Anuário mostra que os roubos e furtos de celulares funcionam como porta de entrada do crime organizado para o mundo virtual e são peças importantes no crescimento da sensação de medo e insegurança da população.

As reduções ocorrem com a intensificação do trabalho da polícia civil do Pará e a ampliação de recuperação de aparelhos com o lançamento do Programa Celular Seguro, do governo federal, que está contribuindo para enfraquecer o mercado ilegal. O sistema criado envia mensagens automáticas por WhatsApp a celulares que tiverem sido cadastrados como roubados, furtados ou perdidos e que tiverem chip trocado posteriormente.

A intenção é desmontar as engrenagens que lucram com roubo, furto e revenda de celulares, sem criminalizar o consumidor de boa-fé. A atuação é voltada principalmente a redes de receptação e revenda, que usam o comércio informal para movimentar aparelhos roubados.

“O foco está em quem lucra com o crime, não no cidadão comum que comprou sem saber. O objetivo é restituir o aparelho à vítima e coibir o mercado criminoso que financia outras atividades ilegais”, disse o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Manoel Carlos de Almeida Neto.

Operação “Invasão Digital” e Ações da Polícia Civil

A operação “Invasão Digital” iniciada pela Polícia Civil paraense objetiva cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra investigados que invadem contas bancárias de vítimas com celulares roubados e realizar transferências bancárias para contas de uma associação criminosa.

Ao menos seis pessoas foram presas em Belém e no Rio Grande do Sul. “As investigações apontam que, inicialmente, tratava-se apenas de roubo ou furto de aparelhos celulares, mas estes crimes eram apenas a primeira parte da ação de uma ação criminosa que atua em quase todo o território nacional”, explicou Walter Resende, delegado-geral da PCPA.

A ação foi coordenada pela Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais Praticados por Meio Cibernéticos (DCCEP), vinculada à Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECCC), e teve o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core). Os mandados foram expedidos pela Vara de Inquéritos Policiais e Medidas Cautelares de Belém.

Panorama Nacional: Furtos e Roubos de Celulares no Brasil

Os dados do Anuário mostram que, em nível nacional, o número de furto de celulares em 2023 no Brasil caiu 10,1% em comparação a 2022. Foram registrados 442,9 mil furtos em 2023, contra 492,9 mil em 2022. A queda foi registrada em 21 das 27 unidades da Federação. Já em relação aos roubos, houve estabilidade: 490 mil em 2022 e 494 mil em 2023.