Por meio do atendimento direto aos catadores e às cooperativas relacionadas à economia circular, o Sebrae vai apoiar estes trabalhadores com consultorias em áreas como formalização de negócios, gestão e produtividade, além de apoio para firmar parcerias com o setor público, como auxílio técnico para que prefeituras contratem cooperativas de reciclagem.
Para o diretor-superintendente do Sebrae Pará, Rubens Magno, em algumas ocasiões os catadores não se veem como empresários, por isso a instituição começou com um diagnóstico de 30 cooperativas, sendo que há mais de 300 cooperados que começaram o trabalho de iniciação para entenderem-se como cidadão e empresário. “Desta forma, o Sebrae precisa estar presente ainda mais no momento de COP 30, em que o lixo precisa ser olhado de uma maneira diferente, como resíduos que se transformam em negócios para uma melhor solução climática”.
Magno parabenizou as parcerias do projeto com os governos estadual, federal e com a Prefeitura de Belém, e como essa etapa vai ser importante para a vida dos trabalhadores da reciclagem. “Muitas vezes essas pessoas têm uma autoestima muito baixa, são pessoas que são marginalizadas e que muitas vezes precisam rapidamente de um acolhimento para levantarem as suas cabeças e se verem, como eu disse, como empresários”, destacou sobre o papel do Sebrae no projeto “Conexão Cidadã”.
VISIBILIDADE
A catadora mobilizadora local da Ancat, Debora Baia, afirmou que o projeto vai dar visibilidade aos catadores de rua que são autônomos e que não estão em nenhuma associação ou cooperativa. Desta forma, o projeto vai fazer um levantamento de quantos catadores existem em determinado território da cidade para fazer um cadastro e um censo para entender se este trabalhador é uma pessoa em situação de rua, se possui residência, qual a quantidade de resíduo que coleta diariamente, o que comercializa e se sobrevive somente da coleta destes materiais.
Segundo Baia, a meta é cadastrar 1000 trabalhadores, sendo que 10% deste total já foram registrados. “No primeiro território, que é a área do Ver-o-Peso, temos dados que mostram que 80% são moradores de rua. São pessoas que estão em extrema vulnerabilidade. Muitas das vezes com apenas uma refeição diária. Não têm acesso a banho, não têm acesso a banheiros”, relata.
“Nós temos dois técnicos sociais que estão treinados justamente para atender esses catadores da melhor forma possível para que eles se sintam acolhidos e abraçados pelo projeto”. Ainda conforme Baia, a intenção aqui em Belém é que tenham cooperativas que possam abraçar esses catadores ou que há projetos específicos que possam de alguma forma incluí-los para ter um sustento digno. “São trabalhadores que precisam de uma mão para entender que existe um futuro melhor e que o trabalho de catador é essencial para o nosso planeta”.