O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, faleceu na manhã desta segunda-feira (21), aos 88 anos, em seu apartamento na Domus Santa Marta, no Vaticano. A informação foi confirmada oficialmente às 15h (horário de Brasília) pelo Vaticano. A causa da morte, segundo a certidão de óbito divulgada pelo jornal italiano Corriere della Sera, foi um acidente vascular cerebral (AVC) cerebral e um colapso cardiocirculatório irreversível.
A morte ocorreu às 7h35 (horário local) e foi confirmada por meio de eletrocardioterapia, de acordo com o diretor do Departamento de Saúde e Higiene do Vaticano, professor Andrea Arcangeli, responsável por assinar o documento oficial.
Problemas de saúde anteriores agravaram o quadro
O Papa vinha enfrentando problemas de saúde significativos nos últimos anos. A certidão médica destaca que ele sofria de insuficiência respiratória aguda causada por uma pneumonia multimicrobiana bilateral, além de hipertensão arterial e diabetes tipo 2. Esses fatores contribuíram diretamente para o agravamento do estado clínico e, segundo especialistas, influenciaram no desfecho fatal.
A imprensa italiana, incluindo os jornais Corriere della Sera e La Repubblica, já havia antecipado informações sobre o quadro crítico de saúde do pontífice antes da confirmação oficial do Vaticano.
Testamento espiritual e desejo de sepultura simples
Em um testamento espiritual escrito em 2022, Francisco já havia manifestado seu desejo de ser sepultado de maneira extremamente simples: em um túmulo no chão, sem ornamentação, com apenas a inscrição: “Franciscus”.
“O túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus”, escreveu o Papa em carta assinada em 29 de junho de 2022.
Ele escolheu como local de descanso a Basílica Papal de Santa Maria Maior, em Roma — santuário mariano que visitava sempre antes e depois de suas viagens apostólicas.
Últimos gestos e palavras
Em seu testamento, Francisco expressou profunda gratidão a todos que o apoiaram e afirmou ter oferecido os sofrimentos de sua fase final pela paz mundial e pela fraternidade entre os povos.
“O sofrimento que esteve presente na última parte de minha vida eu o ofereço ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.”
Legado de um Papa reformador e próximo dos humildes
Francisco foi eleito em 13 de março de 2013, tornando-se o primeiro Papa latino-americano e o primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica. Ao longo de 12 anos de pontificado, foi reconhecido mundialmente por sua ênfase na justiça social, no cuidado com os marginalizados, na ecologia integral e no combate à cultura do descarte.
Sua simplicidade, autenticidade e o tom pastoral de suas mensagens marcaram uma nova fase da Igreja, mais voltada ao diálogo e à compaixão.
Os preparativos para o funeral, o velório e a sucessão no Vaticano devem ser anunciados nas próximas horas.