ENTRE A VIDA E O AMOR

O reencontro mais esperado: mãe em coma conhece a filha após um mês internada

Após um mês em coma induzido, Wilmara Bentes da Silva, de 33 anos, finalmente pôde ter o primeiro contato íntimo com sua filha.

O reencontro mais esperado: mãe em coma conhece a filha após um mês internada O reencontro mais esperado: mãe em coma conhece a filha após um mês internada O reencontro mais esperado: mãe em coma conhece a filha após um mês internada O reencontro mais esperado: mãe em coma conhece a filha após um mês internada
Wilmara Silva, de 33 anos, e a filha recém-nascida, Wiliane. A mãe ficou 30 dias provocada por um quadro severo de eclâmpsia.
Wilmara Silva, de 33 anos, e a filha recém-nascida, Wiliane. A mãe ficou 30 dias provocada por um quadro severo de eclâmpsia. Foto: Diego Monteiro

Belém - Depois de passar um mês em coma induzido, Wilmara Bentes da Silva, de 33 anos, pôde finalmente viver um dos momentos mais esperados desde o nascimento da filha: o primeiro contato físico com a pequena Wiliane Vitória. O encontro emocionante aconteceu na manhã desta quinta-feira (17), no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, distrito de Belém, logo após Wilmara receber alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ser transferida para a enfermaria.

Durante todo o período crítico, a servidora pública foi acompanhada por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, que foram fundamentais para salvar sua vida e a de sua filha. “Foram momentos difíceis, em que me senti sem esperança, mas graças à equipe do Abelardo Santos, tudo terminou bem”, contou Wilmara, emocionada.

Moradora do bairro do Tapanã, Wilmara sofreu complicações graves durante o parto, realizado no próprio HRAS. Ela teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e precisou ser intubada com urgência. No mesmo dia, já internada na UTI, enfrentou duas paradas cardiorrespiratórias e foi colocada em coma induzido para receber tratamento intensivo.

De acordo com os médicos, Wilmara foi diagnosticada com um quadro grave de eclâmpsia — uma condição caracterizada por convulsões e picos de pressão arterial durante a gestação. Seu estado clínico era delicado e exigiu cuidados constantes. Agora, fora da UTI, ela segue em recuperação na enfermaria do hospital.

Reencontro com emoção

A equipe da UTI, liderada pela enfermeira Samara Silva, organizou o tão aguardado encontro entre mãe e filha, compreendendo a importância da humanização no processo de recuperação. Os pais de Wilmara, Laercio Bentes, de 68 anos, e Dilma Bentes, de 56, também participaram do momento.

Ao ver a filha pela primeira vez, Wilmara não conteve as lágrimas: “Não chora, aqui é a mamãe. Oh, meu amor, aqui é a mamãe. Agora eu estou aqui com você”, sussurrava com carinho. Laercio agradeceu à equipe do hospital pelo cuidado com a filha e a neta. “Se não fosse pelas mãos e dedicação de cada um aqui, minha filha não estaria viva. Serei eternamente grato”, afirmou.

Dilma também fez questão de agradecer ao hospital: “Essa é uma das maiores bênçãos da minha vida. Ver minha filha e minha neta bem é um milagre. Serei grata a Deus e a cada profissional que ajudou nesse processo”.

Humanização como prioridade

O reencontro entre Wilmara e Wiliane é um exemplo do compromisso do HRAS com uma abordagem humanizada no atendimento hospitalar. Para a coordenadora da UTI, Samara Silva, o apoio emocional é tão essencial quanto o cuidado técnico. “Isso faz toda a diferença, desde a entrada até a alta do paciente”, afirma.

Segundo ela, práticas como escuta ativa, personalização do atendimento, envolvimento da família e criação de ambientes acolhedores ajudam a promover uma recuperação mais empática e eficaz.

A diretora-geral do HRAS, Aline Oliveira, reforça que pacientes que se sentem acolhidos respondem melhor aos tratamentos, apresentam menos estresse e colaboram mais com as orientações médicas. Ela destaca também que a humanização beneficia os próprios profissionais de saúde, gerando um ambiente de trabalho mais harmonioso e com menos desgaste emocional.

Estrutura de referência

O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos é referência no atendimento à mulher e à criança. A unidade conta com quatro frentes pediátricas — pronto-socorro, cirurgia, internação clínica e UTI — além das Unidades de Cuidados Intermediários (UCIn). A pediatria do hospital dispõe de 10 leitos de UTI, 25 de clínica pediátrica e um pronto-socorro infantil com funcionamento 24 horas.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.