Belém - Depois de passar um mês em coma induzido, Wilmara Bentes da Silva, de 33 anos, pôde finalmente viver um dos momentos mais esperados desde o nascimento da filha: o primeiro contato físico com a pequena Wiliane Vitória. O encontro emocionante aconteceu na manhã desta quinta-feira (17), no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, distrito de Belém, logo após Wilmara receber alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ser transferida para a enfermaria.
Durante todo o período crítico, a servidora pública foi acompanhada por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, que foram fundamentais para salvar sua vida e a de sua filha. “Foram momentos difíceis, em que me senti sem esperança, mas graças à equipe do Abelardo Santos, tudo terminou bem”, contou Wilmara, emocionada.
Moradora do bairro do Tapanã, Wilmara sofreu complicações graves durante o parto, realizado no próprio HRAS. Ela teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e precisou ser intubada com urgência. No mesmo dia, já internada na UTI, enfrentou duas paradas cardiorrespiratórias e foi colocada em coma induzido para receber tratamento intensivo.
De acordo com os médicos, Wilmara foi diagnosticada com um quadro grave de eclâmpsia — uma condição caracterizada por convulsões e picos de pressão arterial durante a gestação. Seu estado clínico era delicado e exigiu cuidados constantes. Agora, fora da UTI, ela segue em recuperação na enfermaria do hospital.
Reencontro com emoção
A equipe da UTI, liderada pela enfermeira Samara Silva, organizou o tão aguardado encontro entre mãe e filha, compreendendo a importância da humanização no processo de recuperação. Os pais de Wilmara, Laercio Bentes, de 68 anos, e Dilma Bentes, de 56, também participaram do momento.
Ao ver a filha pela primeira vez, Wilmara não conteve as lágrimas: “Não chora, aqui é a mamãe. Oh, meu amor, aqui é a mamãe. Agora eu estou aqui com você”, sussurrava com carinho. Laercio agradeceu à equipe do hospital pelo cuidado com a filha e a neta. “Se não fosse pelas mãos e dedicação de cada um aqui, minha filha não estaria viva. Serei eternamente grato”, afirmou.
Dilma também fez questão de agradecer ao hospital: “Essa é uma das maiores bênçãos da minha vida. Ver minha filha e minha neta bem é um milagre. Serei grata a Deus e a cada profissional que ajudou nesse processo”.
Humanização como prioridade
O reencontro entre Wilmara e Wiliane é um exemplo do compromisso do HRAS com uma abordagem humanizada no atendimento hospitalar. Para a coordenadora da UTI, Samara Silva, o apoio emocional é tão essencial quanto o cuidado técnico. “Isso faz toda a diferença, desde a entrada até a alta do paciente”, afirma.
Segundo ela, práticas como escuta ativa, personalização do atendimento, envolvimento da família e criação de ambientes acolhedores ajudam a promover uma recuperação mais empática e eficaz.
A diretora-geral do HRAS, Aline Oliveira, reforça que pacientes que se sentem acolhidos respondem melhor aos tratamentos, apresentam menos estresse e colaboram mais com as orientações médicas. Ela destaca também que a humanização beneficia os próprios profissionais de saúde, gerando um ambiente de trabalho mais harmonioso e com menos desgaste emocional.
Estrutura de referência
O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos é referência no atendimento à mulher e à criança. A unidade conta com quatro frentes pediátricas — pronto-socorro, cirurgia, internação clínica e UTI — além das Unidades de Cuidados Intermediários (UCIn). A pediatria do hospital dispõe de 10 leitos de UTI, 25 de clínica pediátrica e um pronto-socorro infantil com funcionamento 24 horas.