O número de inadimplentes no Brasil atingiu um recorde em março de 2025, com 69,66 milhões de consumidores negativados, o que representa 42,01% da população adulta. O aumento de 3,89% em comparação com março de 2024 reflete uma piora na saúde financeira das famílias brasileiras.
De acordo com o Indicador de Inadimplência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o crescimento também foi observado na passagem de fevereiro para março deste ano, com uma alta de 1,54%.
O cenário preocupante é destacado pelo presidente da CNDL, José César da Costa, que afirma que a situação exige cautela financeira. “O momento é delicado, exige cautela antes de fazer novas compras e a necessidade de priorizar o pagamento das contas e das dívidas já adquiridas”, alertou.
Entre os inadimplentes, a maioria se concentra na faixa etária de 30 a 39 anos, com 23,76% de participação, o que representa cerca de 17,25 milhões de pessoas. Além disso, as mulheres são ligeiramente mais afetadas, com 51,06% de participação no total de negativados.
O valor médio das dívidas por inadimplente é de R$ 4.604,54, com a maior parte das pendências relacionadas a bancos. O total de dívidas em atraso no Brasil também teve um crescimento de 6,95% em relação ao mesmo período de 2024.
O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior, enfatiza que, apesar de iniciativas governamentais para facilitar o acesso ao crédito, os consumidores devem usar essas oportunidades com cautela, priorizando o pagamento das dívidas existentes. “O crédito não deve ser usado para novas compras, mas para organizar o pagamento das dívidas atrasadas”, reforçou.
Em termos regionais, o Centro-Oeste lidera com a maior taxa de inadimplência, atingindo 45,91% da população adulta. Por outro lado, a região Sul apresenta a menor taxa, com 37,59%.