GERSON NOGUEIRA

Paysandu tenta fazer as pazes com a vitória

Gerson Nogueira analisa como chega o Paysandu para o duelo contra a Chapecoense no Mangueirão na noite desta quarta-feira.

Gerson Nogueira analisa como chega o Paysandu para o duelo contra a Chapecoense no Mangueirão na noite desta quarta-feira.
Gerson Nogueira analisa como chega o Paysandu para o duelo contra a Chapecoense no Mangueirão na noite desta quarta-feira. Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará

Após duas derrotas na Série B, contra Atlético-PR e Vila Nova, o PSC enfrenta a Chapecoense hoje (20h) no Mangueirão tentando fazer as pazes com a vitória. A atuação contra o Atlético foi razoável, mas diante do Vila o desempenho foi sofrível, acendendo todos os sinais de alerta na Curuzu.

A ausência do atacante Rossi, melhor jogador do time, contribuiu bastante para tornar o PSC desarticulado e pouco agressivo no Serra Dourada. Para encarar a Chape, diante da torcida bicolor e com o provável retorno de Rossi, a postura em campo precisa ser inteiramente diferente.

O fato é que um time que chegou a enfileirar 9 partidas de invencibilidade sob o comando de Luizinho Lopes não pode ter perdido o tino vitorioso. Apesar das exigências técnicas da Série B, o PSC tem jogadores para formar um time competitivo para enfrentar qualquer adversário.

Um dos problemas observados diante do Vila Nova estava exposto na escalação, onde o meia Giovanni apareceu como titular, apesar de várias partidas sem convencer anteriormente. Com ele, o time sofreu novamente com a falta de criatividade e organização.  

Outro problema foi a opção de Luizinho por Bryan Borges na lateral direita. Edilson, que vive um melhor momento, ficou no banco e entrou somente aos 20 minutos da etapa final. Mesmo assim, teve boa presença ofensiva e quase empatou o jogo com um chute que bateu na trave.

No ataque, ocorreu o contrário. Borasi entrou, mas foi substituído logo no início do 2º tempo. Fazia boa partida, mas saiu para que Pedro Delvalle entrasse, sem produzir nada. Luizinho precisa definir também o papel de Marlon, que se perdeu em movimentações confusas e ineficientes.

Com a volta de Rossi, o principal beneficiado pode ser Benítez, que teve atuação destacada contra o Vila Nova, mesmo sem contar com o apoio dos jogadores de meio-campo. Certamente vai render muito mais se for bem acionado e ficar posicionado na área adversária.

Homenagem póstuma a um bicolor apaixonado

José Manoel Ferreira de Lima era um apaixonado torcedor do PSC. Por sua influência, a família também aprendeu a amar o clube. No último sábado, 12, por ocasião de sua morte (aos 78 anos), filhos, netos e amigos prestaram a última homenagem, tão bonita quanto comovente: Manoel foi sepultado com a bandeira do Papão sobre o caixão, e todos os presentes vestiam camisas e bonés alvicelestes durante o velório.

Era uma paixão de todos os momentos, com presença nos jogos e comemoração intensa de todas as conquistas. Em memória de Manoel, seu amado Papão lhe renderá tributo de grande significado: um minuto de silêncio antes do jogo com a Chapecoense, hoje, no Mangueirão.

Dúvidas no Leão diante da ampla oferta de jogadores

Quando se olha para o banco de reservas do Remo, com atletas que poderiam estar na onzena titular, fica evidente que as contratações foram bem ajustadas e compatíveis com as necessidades da equipe na Série B.

A observação vale para as seis últimas aquisições (Régis, Luan, Madison, Camutanga, Pedro Costa e PH Gama), que atenderam a pedidos do técnico Daniel Paulista. Todos têm nível para ocupar um lugar no time principal.

É o chamado “bom problema” para o treinador, que passa a dispor de opções variadas na hora de montar o time titular. Nem sempre, porém, essa fartura de alternativas é garantia plena de escolhas corretas.

Rodrigo Santana, por exemplo, perdeu o rumo justamente quando o elenco passou a ter ampla oferta de jogadores. Na Série C, quando o elenco era mais enxuto, ele conseguiu formar um time competitivo.

Com Daniel, que dirigiu o Remo em apenas quatro partidas (três vitórias e um empate), a situação parece estar sob controle. A decisão de anunciar logo o time titular garantiu entrosamento rápido e passou a imagem, sempre importante como fator de afirmação, de quem sabe o que faz.

Até mesmo a mudança de sistema, do 3-4-3 para o 4-4-2, foi uma demonstração de segurança, que tem dado certo a partir da definição por Klaus e Reinaldo como zagueiros de área.

Suspeita de manipulação ronda ídolo do Flamengo

A Polícia Federal indiciou ontem o jogador Bruno Henrique, do Flamengo, e mais nove suspeitos de envolvimento em um esquema para manipular apostas esportivas. O atleta teria forçado uma falta (e reclamações) para tomar cartão em um jogo contra o Santos, no Brasileirão 2023, para supostamente favorecer apostas de parentes. O atacante acabou expulso.

Em novembro de 2024, a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do DF, no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG). Também são alvos o irmão de Bruno Henrique, a cunhada e 2 amigos.

Com o indiciamento, a PF mostra que encontrou elementos suficientes para considerar a ocorrência de crime. O caso passa agora à análise do Ministério Público, que pode denunciar os investigados à Justiça.

É sempre grave quando o futebol é alvo de manipulação. Por ora, são suspeitas, mas é importante que tudo seja devidamente esclarecido.