Ananindeua - Os professores da rede municipal de Ananindeua decidiram entrar em estado de greve após a Prefeitura descumprir o reajuste de 6,27% do piso nacional, vigente desde janeiro. Além disso, a proposta apresentada pela gestão municipal foi considerada insuficiente para compensar as perdas acumuladas desde 2019. A categoria reivindica o pagamento dos reajustes atrasados, um aumento de 40% para repor os prejuízos salariais dos últimos anos e melhorias nas condições de trabalho. Um grande ato de mobilização está marcado para o dia 23 de abril, em frente à sede da Prefeitura.
Entenda a situação
Desde o início do ano, os profissionais da educação aguardam o reajuste de 6,27%, conforme estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC). No entanto, a Prefeitura de Ananindeua, sob o comando do prefeito Daniel Santos, ainda não aplicou o novo piso. Durante as negociações, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sintepp-Ananindeua) defendeu o pagamento do reajuste com um acréscimo de 40% para compensar as perdas acumuladas desde 2019, ano em que o atual prefeito assumiu a gestão.
Segundo Antônio Seabra, coordenador geral do Sintepp-Ananindeua, em 2022 o piso nacional da categoria teve um aumento de 33%. Na época, enquanto o governo estadual aplicou o reajuste integral, a Prefeitura alterou a tabela de vencimentos como forma de burlar o pagamento correto. “Antes, recebíamos o piso mais 30%. Hoje, a proposta da Prefeitura é de apenas 3,11% acima do piso, o que não cobre nossas perdas”, afirmou Seabra.
Na semana passada, a administração municipal apresentou uma proposta que incluía apenas o reajuste obrigatório, sem atender às demais demandas da categoria. Após rejeição unânime em assembleia, uma nova proposta foi apresentada na segunda-feira (7): um reajuste de 3,11% acima do piso e aumento de R$ 100 no vale-alimentação, que passaria de R$ 600 para R$ 700. Para os demais servidores das escolas, o reajuste sugerido foi de 7,51%.
Reivindicações da Categoria
Além da questão salarial, os professores também cobram valorização profissional. Em Ananindeua, os educadores com nível superior não recebem gratificação por formação, ao contrário do que ocorre em outros municípios.
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As reivindicações incluem ainda:
- Contratação de acompanhantes especializados para alunos com deficiência (PCD);
- Melhoria da infraestrutura das escolas, como ventilação, iluminação e manutenção adequada dos espaços;
- Reforço nas equipes escolares, com contratação de secretários, merendeiras, porteiros e vigilantes.
“Temos escolas apertadas, sem o mínimo necessário para funcionar. Muitos prédios são alugados e não oferecem estrutura adequada para alunos nem para professores”, relatou Seabra.
Próximos Passos e Convocação
O ato agendado para 23 de abril, data que marca o Dia Nacional de Luta pela Educação, será decisivo para pressionar a Prefeitura a avançar nas negociações. Caso não haja progresso, os professores podem deflagrar uma greve por tempo indeterminado.
Convocação geral
O Sintepp convoca todos os professores, servidores da educação e apoiadores da causa a participarem da manifestação no dia 23 de abril, às 9h, em frente à Prefeitura de Ananindeua.
