
A China anunciou uma nova rodada de tarifas sobre produtos dos Estados Unidos, elevando a taxação para 84%, em resposta direta à decisão do presidente norte-americano Donald Trump de aplicar tarifas de 104% sobre produtos chineses. A medida entra em vigor nesta quinta-feira (10), conforme comunicado oficial do Ministério das Finanças da China.
A retaliação marca um novo capítulo na escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo e já começa a afetar os mercados financeiros. Logo após o anúncio, os principais índices futuros dos EUA recuaram: Dow Jones caiu 1,87%, Nasdaq 1,45% e S&P 500 1,72%.
Além do aumento das tarifas, o governo chinês adicionou 12 empresas americanas à lista de controle de exportações e classificou outras seis como “entidades não confiáveis”, segundo informou o Ministério do Comércio da China à agência Reuters.
China leva o caso à OMC e critica decisão dos EUA
Em um comunicado enviado à Organização Mundial do Comércio (OMC), a China condenou as ações dos Estados Unidos, acusando Washington de comprometer o equilíbrio do comércio internacional.
“Como um dos países afetados, a China expressa profunda preocupação e firme oposição a essa medida imprudente”, diz o comunicado.
Durante uma reunião da OMC sobre comércio de bens, representantes chineses afirmaram que as tarifas mútuas violam as regras da organização e enfraquecem o sistema multilateral de comércio. O governo chinês alertou ainda que essas medidas podem se voltar contra os próprios Estados Unidos.
“Tarifas recíprocas não são — e nunca serão — uma solução para os desequilíbrios comerciais. Pelo contrário, podem causar sérios prejuízos à economia americana”, declarou um porta-voz chinês.
Com a nova tarifa, a disputa comercial entre China e EUA entra em uma fase ainda mais delicada, aumentando a incerteza global e pressionando mercados e cadeias de suprimento.
(*Com informações da Reuters)