A Justiça do Pará determinou a libertação do médico Arlindo de Aquino Pedrosa, que teve seu registro cassado e foi preso na última terça-feira (18), durante uma operação em uma clínica clandestina de aborto no bairro da Marambaia, em Belém. Ele responderá ao processo em liberdade pelos crimes de exercício ilegal da medicina e tentativa de aborto provocado por terceiro.
A prisão ocorreu durante a operação “Nascituro”, deflagrada pela Delegacia do Consumidor (DECON), após investigações que apontaram o funcionamento irregular da clínica. O local, situado na Avenida Pedro Álvares Cabral, na Marambaia, era administrado pelo médico, que já era investigado por práticas ilegais.
De acordo com o delegado-geral Walter Resende, a operação contou com o apoio da Polícia Científica do Estado (PCE), que auxiliou na localização da clínica e na coleta de provas digitais. Durante a ação, foram apreendidos equipamentos médicos, celulares, tablets, câmeras, fitas VHS e um aparelho de DVD, utilizados nos procedimentos ilegais.
“Quando nossa equipe chegou ao local, algumas mulheres já aguardavam atendimento. Encontramos diversas provas que confirmam a prática de crimes pelo falso médico, cujo registro já estava cassado”, explicou o delegado Yuri Vilanova, titular da DECON.
Além dos crimes relacionados ao aborto clandestino e ao exercício ilegal da medicina, o médico foi autuado por armazenamento de fotos e vídeos com conteúdo sexual envolvendo vulneráveis, descobertos pelos peritos em computação forense. A investigação agora busca apurar se ele compartilhou essas imagens ou se utilizou material íntimo das mulheres que procuravam a clínica para realizar abortos.
A operação “Nascituro” reforça o combate a clínicas ilegais e a proteção aos direitos das mulheres e dos vulneráveis no Pará. A Justiça segue monitorando o caso, enquanto o médico responde ao processo em liberdade.