Eles podem provocar cansaço e dor de cabeça, porém, um estudo recente feito por pesquisadores da Universidade de Yale revela que ter filhos pode ajudar a manter o cérebro jovem proporcionando estímulo cognitivo, atividade física e interação social.
Para cada filho adicional que uma mãe ou pai tem, os cientistas descobriram um aumento na conectividade cerebral que vai na contramão do que normalmente é visto na meia-idade ou na terceira idade.
“O ambiente de cuidado, e não apenas a gravidez, parece importante, pois vemos esses efeitos tanto nas mães quanto nos pais”, diz o psiquiatra Avram Holmes da Universidade Rutgers e um dos pesquisadores envolvidos.
Os autores do estudo, liderados pela neurocientista cognitiva Edwina Orchard, da Universidade de Yale, ouviram mais de 37 mil adultos e afirmam que é a maior investigação sobre a função cerebral dos pais até o momento e a primeira a mostrar diferenças nos homens além da paternidade precoce.
Os pais são frequentemente excluídos dos estudos sobre paternidade porque não conseguem gerar filhos, dar à luz ou amamentar, mas isso não significa que eles não sejam profundamente afetados por seu novo papel doméstico.
Ter filhos apresenta um impacto transformador tanto no corpo quanto na mente, e ainda assim os neurocientistas sabem pouco sobre os efeitos cerebrais de longo prazo da paternidade em ambos os sexos. Para explorar os impactos posteriores da paternidade, Orchard analisou imagens cerebrais de quase 20 mil mulheres e mais de 17.600 homens no UK Biobank (banco de dados do Reino Unido) com mais de 40 anos.
Para ambos os sexos, a paternidade foi positivamente correlacionada com a conectividade funcional, que se refere aos padrões de ativação neural e entre as redes cerebrais. Normalmente, um cérebro envelhecido apresenta menor conectividade funcional na rede somato/motora e maior conectividade dentro dos sistemas córtico-subcorticais.
“As regiões cuja conectividade funcional diminui à medida que os indivíduos envelhecem são as regiões associadas ao aumento da conectividade quando os indivíduos têm filhos”, explica Holmes.
Apesar dos resultados, os cientistas afirmam que estudos cerebrais de longo prazo são necessários para ter mais detalhes sobre os fatores que contribuem e que impactam a forma como as pessoas envelhecem.
Fonte: Agência O Globo