Doenças como tendinite e outras lesões podem surgir nas mãos, punhos, cotovelo e ombros por conta dos movimentos intensos e repetitivos
O videogame está cada vez mais presente na vida dos brasileiros. A Pesquisa Game Brasil de 2024 apontou que, no país, mais de 73% das pessoas jogam videogame. O entretenimento é bem-vindo, o problema é quando a saúde começa a ser afetada por conta do uso excessivo do aparelho.
Além de prejudicar a saúde mental e comportamental, o manuseio intenso e repetitivo do videogame por longas horas pode provocar lesões consideráveis nas articulações, como alerta a ortopedista Marcia Maradei.
“Os segmentos mais acometidos são as mãos, punhos, cotovelo e ombros. Dentre as doenças ortopédicas, que podem ser várias, destacam-se a dor nos membros superiores, causadas por tendinites, compressões de nervos periféricos e sobrecarga muscular, e dores na coluna em função de alterações posturais.”
A médica explica que a dor aparece por conta do uso excessivo dos músculos o que, consequentemente, afeta os tendões e nervos relacionados. “Muitas vezes a musculatura é exigida por horas seguidas sem que esteja devidamente alongada e fortalecida para a demanda dos jogos.”, ressalta.
Nesses casos, a orientação é procurar ajuda médica. Segundo Márcia Maradei, a avaliação do paciente é muito individual e pode ser feita através de exame clínico ortopédico, que avalia se há sinais de contraturas, edemas (inchaços), alterações de sensibilidade e força, desvios posturais etc.
“A presença de qualquer sintoma como dor, formigamento, fadiga muscular, diminuição de força, dentre outros, já é um sinal de alerta de que os limites do corpo estão sendo ultrapassados e devem ser respeitados.”, destaca.
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Como prevenção, a ortopedista orienta que sejam feitas pausas durante o jogo. “Como em qualquer atividade, o segredo está no equilíbrio. O ideal é que se façam intervalos periódicos de cerca de 10 a 15 minutos após cada hora. E nessa pausa, os membros devem ser relaxados e os músculos, alongados.”, ensina.
A médica destaca também que a pessoa deve atentar para a postura durante a prática da atividade. Por isso, é importante usar cadeiras com encosto para a coluna e suporte para os pés, com altura ajustável para que os olhos fiquem bem alinhados com a tela, numa distância entre 30 e 40 cm.
Outro ponto de atenção são os cotovelos que devem ficam numa angulação de cerca de 90 graus e, caso use teclados, os punhos do jogador devem ficar apoiados em superfície acolchoada para evitar pontos de pressão nos nervos.
A médica ressalta que não é aconselhável negligenciar a dor advinda do manuseio de videogame ou qualquer outro aparelho similar, sob pena do problema se agravar.
“Sim, caso seja negligenciado, algumas alterações crônicas, como neuropatias e tendinites em mãos e punhos, podem requerer até mesmo tratamento cirúrgico, a depender da gravidade da lesão.”, alerta.
Então, vale ficarmos atentos ao tempo dedicado a esses jogos, realizar intervalos a cada hora e procurar um especialista a qualquer sinal de dor. E esta orientação serve para pessoas de todas as idades.
“Sim, é um problema que cada vez mais acomete não só adultos, como adolescentes e até mesmo crianças, pois os jogos estão disponíveis não só em computadores e televisores, mas também em telefones celulares que são de fácil acesso a quase todos.”, ressalta a ortopedista.
