Belém - O Bloco Chulé de Pato fez a animação dos foliões no bairro do Guamá, em Belém, na Quarta-Feira de Cinzas. O tempo inicialmente ensolarado, mas chuvoso em seguida, não afastou os brincantes de diferentes gerações para festejar o 24º ano do bloco, que tem a proposta de resgatar a alegria dos antigos carnavais no bairro do Guamá. O tema deste ano foi “Chulé de Pato na COP 30”, reforçando a responsabilidade do bloco com as questões sociais e ambientais, levando às ruas diversão e conscientização.
O coordenador e fundador do Chulé de Pato, Paulinho Mururé, 65, afirma que o bloco é uma forma de resistência da cultura no bairro do Guamá, por meio do Carnaval. Ainda de acordo com o coordenador, o Chulé é organizado pela própria comunidade, que levanta fundos para a realização da festa.
“Nesse ano o tema envolveu a COP 30. Logo, nossa intenção com o bloco é fazer a alegria das pessoas, assim como trazer à tona uma questão político-social. A gente brinca e também passa uma mensagem de conscientização. Além disso, não precisa ter abadá. Cada um vem se divertir com a fantasia ou adereço que puder”.
Fantasias, guarda-chuvas e animação faziam parte do cenário da festa, ressaltando que quem gosta do Carnaval não tem tempo ruim. Na concentração do bloco, na travessa Castelo Branco, entre as ruas Paes e Souza e Caripunas, grupos regionais de carimbó fizeram o esquenta da festa. Ainda na concentração, os brincantes ganharam sopão para aquecer a alegria. Por volta das 16h30, o mascote do bloco puxou os brincantes, um pato com cerca de quatro metros de altura ornamentado com adereços e estampas indígenas e amazônicas.
A artista da dança Cecília Mani, 56, nasceu no Pará e atualmente mora em São Paulo, mas veio passar os dias de Carnaval aqui em Belém. Cecília explica que já conhecia o Chulé de Pato, mas nunca tinha participado. No clima festivo, a foliã foi ornamentada com ícones regionais, como brinco do Arraial do Pavulagem, saia carimbó e maracás, além de uma máscara colorida para dar um brilho a mais no visual. “Eu amo Carnaval e gosto desta manifestação cultural para todos os públicos, unindo carimbó e marchinhas no mesmo bloco”.
No comboio, um trio-elétrico tocava marchinhas carnavalescas para animar a folia. A partir do ponto de concentração, o Chulé conduziu os brincantes pela rua Silva Castro, avenida José Bonifácio, rua Barão de Igarapé Miri, alameda Mamoré, retornando para a rua Silva Castro, avenida José Bonifácio, rua dos Pariquis e novamente para a travessa Castelo Branco. O evento contou com o apoio da Polícia Militar e da Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém (Segbel).
Quem trouxe a família para aproveitar o Chulé de Pato foi o marinheiro Wilson Neto, 42. Acompanhado da esposa Louise Lima, 35, e das filhas Maria Júlia, 1, e Maria Antônia, 4, Wilson ressaltou que a folia é para todos os públicos e gerações. Além disso, o marinheiro disse que participa desde a primeira edição do bloco e que o Chulé de Pato vem crescendo ao longo dos anos. “É um momento de alegria e festa para a família, com muita música e marchinhas. Não tem violência nem nada parecido. É um bloco tradicional para todos se divertirem”, comentou o marinheiro.