Em Belo Horizonte, um caso envolvendo uma médica anestesista e uma engenheira de produção chamou a atenção da comunidade médica e do público. A engenheira Letícia de Souza Patrus Pena, de 31 anos, está em estado de semiconsciência desde setembro de 2024, após receber uma aplicação caseira de anestésico por Natália Peixoto de Azevedo Kalil, sua amiga e anestesista. O portal O Tempo reportou o incidente, que agora está sob investigação do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG). O caso ocorreu em 22 de fevereiro de 2025.
Letícia, que anteriormente havia passado por uma cirurgia de hérnia para aliviar dores na coluna, voltou a sentir desconforto. Natália, amiga de infância, sugeriu realizar um bloqueio anestésico em casa. A primeira aplicação, em agosto, não apresentou problemas. No entanto, a segunda, em setembro de 2024, resultou em complicações graves. Flávia Bicalho de Souza, mãe de Letícia, relatou que a aplicação de cloridrato de ropivacaína, um anestésico de uso restrito hospitalar, foi feita sem os cuidados necessários, como jejum.
Após o procedimento, Letícia teve convulsões e vomitou, entrando em parada cardiorrespiratória. Sua mãe acusa Natália de não chamar imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), optando por contatar familiares para ajudar no socorro. Letícia foi transportada ao hospital em um carro particular, chegando com lesões cerebrais severas devido à falta de oxigenação.
Desde o incidente, Letícia permanece hospitalizada, incapaz de se comunicar ou mover-se, e enfrenta crises severas de ansiedade. A família já despendeu aproximadamente R$ 500 mil em tratamentos, sem receber apoio financeiro ou moral de Natália, conforme informou Flávia.
O CRM-MG declarou que procedimentos como este são tratados em sigilo, conforme o Código de Processo Ético-Profissional. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ainda não iniciou um procedimento oficial devido à troca de promotores, mas prometeu analisar as informações.
EM BH