
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou ontem um levantamento sobre o preço do gás de cozinha comercializado no Pará. Na semana passada, o produto registrou o 14º maior valor médio do país. Em média, o botijão de 13 quilos custou para os paraenses R$ 108,27, com valores que variaram de R$ 85,00 a R$ 125,00. A coleta dos dados foi realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre os dias 9 e 15 de fevereiro.
No ponto do Pedreira Gás, localizado na travessa Angustura com a Antônio Everdosa, o botijão da marca Liquigás estava sendo vendido a R$ 110,00. Segundo o estabelecimento, o preço teria caído de R$ 131,00 para os atuais R$ 110,00 nos últimos meses. A depender da localidade, a variação de preço pode chegar a 30%, para mais ou para menos, em relação à média da pesquisa. Já em Parauapebas, o município registrou o 12º valor mais alto do país, com média de R$ 123,14. No município, o preço mais barato foi de R$ 115,00 e o mais caro, R$ 140,00.
Apesar da relativa estabilidade nos preços, os consumidores sentem o impacto na hora da compra, principalmente aqueles que trabalham com venda de alimentos. O valor elevado é reflexo dos aumentos ocorridos no ano passado, que contribuíram para a manutenção dos preços em patamares elevados, com poucas reduções.
“O meu gás dura, no máximo, uns 14 dias, porque eu uso micro-ondas para ajudar. Antes, quando não fazia isso, gastava um por semana. É uma técnica para economizar”, conta Tatiana Nascimento, 31, vendedora de tacacá, no bairro da Pedreira, em Belém. Ela explica que, devido à produção de alimentos, consome em média quatro botijões por mês, por conta dos afazeres domésticos também, o que representa uma despesa de cerca de R$ 400,00.
Disleny Oliveira, 50, dona de um food truck de hambúrgueres artesanais na Praça Brasil, no bairro do Umarizal, também relata os impactos da alta nos custos. “Eu comprei o gás a R$ 109,00. E piorou do ano passado pra cá. A gente tenta não aumentar o preço do produto, porque, se eu for repassar todo aumento, perco a freguesia. Quando vejo, o carvão já foi pra R$ 45,00 a saca, e eu gasto uma por noite. Tentei o carvão ecológico, mas rende menos”, explica.
Já Margarida Costa, 67, que trabalha com venda de alimentos na Feira da 25, afirma que o gasto mensal chega a quase R$ 900,00, já que utiliza cerca de oito botijões por mês. “Eu uso dois gás por semana. Eu fico no prejuízo, né? Porque a gente não pode ficar repassando quando aumenta uma coisa, perde freguesia se repassar”, finaliza.