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Bombril diz que justiça aceitou pedido de recuperação judicial

A marca lembrada no país pelas lãs de aço entrou com pedido de recuperação judicial na segunda (10) e reportou uma dívida de R$ 2,3 bilhões

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A Bombril informou em fato relevante ao mercado que a Justiça aceitou nesta quarta-feira (12) o pedido de recuperação judicial formulado pela companhia e por algumas de suas controladas.
O deferimento da 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem determina, entre outras medidas, a nomeação de um administrador judicial e a suspensão de todas as ações e execuções em face do Grupo Bombril.
A empresa precisará apresentar um plano de recuperação judicial em até 60 dias.
A marca lembrada no país pelas lãs de aço (ou palhas de aço, como também são conhecidas) entrou com pedido de recuperação judicial na segunda (10) e reportou uma dívida de aproximadamente R$ 2,3 bilhões.
Eternizado nas campanhas com Carlos Moreno, garoto-propaganda da companhia, o grupo detém o controle de 14 marcas, sendo Bombril a principal delas.
O pedido de recuperação atual é decorrente de dívidas tributárias do início dos anos 2000. Em fato relevante ao mercado, a Bombril disse que a empresa possui “contingências tributárias relevantes”, especialmente as relacionadas a autuações da Receita Federal por suposta falta de recolhimento de tributos no valor de cerca de R$ 2,3 bilhões.
Esses tributos teriam incidido sobre operações de aquisição de títulos de dívida estrangeiros realizadas entre 1998 e 2001 pela companhia e pela Cragnotti & Partners, na época controlador da Bombril.
A Bombril disse no comunicado que sua diretoria reavaliou as chances de perda nos processos judiciais e discutiu alternativas para lidar com a questão.
Segundo a empresa, o risco de perder esses processos representa uma “ameaça aos bons resultados contábeis que vêm sendo obtidos pela Bombril, expondo a companhia a riscos considerados elevados, relacionados à reavaliação da sua capacidade de adimplência por parte de fornecedores e financiadores e, no limite, à descontinuidade de determinadas relações comerciais e vencimento antecipado de dívidas”.

NEGOCIAÇÕES
A Bombril acrescenta que a apresentação do pedido de recuperação judicial visa conduzir negociações para adequação de sua estrutura de endividamento, garantir a manutenção operacional das atividades da companhia e proteger seu caixa.
No pedido encaminhado à Justiça, o grupo diz, por meio de seus advogados, que a companhia é sólida e tem condições de se recuperar.
A história da companhia paulistana teve início em 1948, com o empresário Roberto Sampaio Ferreira, que teria sido estimulado pela esposa a iniciar a produção de lã de aço, ambos inspirados por um produto similar vendido nos Estados Unidos. A primeira máquina da Abrasivos Bombril Ltda. foi adquirida como pagamento de uma dívida.
Além de polir panelas, limpava vidros, louças, azulejos e ferragens. Daí veio a fama de produto de “1.001 utilidades”. O sucesso foi imediato e no primeiro ano de vendas a companhia vendeu 48 mil pacotes de palha de aço.