Nesta terça-feira, 11 de fevereiro, celebra-se o Dia Internacional da Internet Segura. Esta data é comemorada em aproximadamente 200 nações ao redor do globo e tem como objetivo promover o uso responsável e seguro da internet e das novas tecnologias, além de disseminar informações, recursos e orientações sobre boas práticas.
Especialista em Inteligência Artificial e Cibersegurança, o professor da Ufra Allan Costa explica que a segurança no ambiente digital é um dos maiores desafios da atualidade, especialmente diante do avanço das ameaças cibernéticas e do crescimento exponencial da conectividade. “Para garantir a proteção de dados e a privacidade dos usuários, é essencial adotar uma abordagem multifacetada, combinando boas práticas individuais, regulamentação eficaz e avanços tecnológicos em cibersegurança”, esclarece.
A primeira linha de defesa contra fraudes e golpes, explica, é a conscientização dos usuários. “Muitos ataques exploram falhas humanas, como phishing, engenharia social e senhas fracas. Por isso, é fundamental desconfiar de links e e-mails suspeitos, mesmo que pareçam vir de fontes confiáveis, verificar a autenticidade de sites e aplicativos antes de fornecer dados pessoais ou financeiros e não compartilhar informações sensíveis em redes sociais ou mensageiros sem criptografia adequada. Além disso, a criação de senhas fortes e únicas, utilizando gerenciadores de senhas, reduz consideravelmente os riscos de invasões”, pontua.
Ele ainda ressalta que a adoção de tecnologias de proteção também desempenha um papel crucial na segurança digital. “O uso da autenticação de dois fatores (2FA) adiciona uma camada extra de proteção às contas online, dificultando acessos não autorizados. Redes privadas virtuais (VPNs) ajudam a aumentar a privacidade ao acessar redes públicas. Soluções de segurança, como antivírus e firewalls, auxiliam na detecção e bloqueio de ameaças, enquanto a criptografia de dados protege comunicações sensíveis e o armazenamento de informações na nuvem”, orienta.
“Governos e instituições devem implementar regulamentações rigorosas para proteger os cidadãos e garantir que empresas adotem práticas seguras. O Marco Civil da Internet, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil e regulamentações globais, como o GDPR [da União Europeia], são essenciais para estabelecer direitos e deveres na proteção de dados pessoais”, complementa.
Allan destaca que tanto o Brasil quanto o Pará enfrentam grandes desafios na esfera da segurança cibernética. “O Brasil ocupa a 2ª posição no ranking de ataques cibernéticos na América Latina e Caribe, registrando impressionantes 103,1 bilhões de tentativas de ataques em um único ano, um aumento de 16% em relação ao período anterior. Além disso, as previsões indicam que os crimes cibernéticos deverão gerar prejuízos de até US$ 65,27 trilhões até 2028, um crescimento alarmante de 95% no período”, afirma.
Já no contexto estadual, o especialista diz que o Pará ocupa o 5º lugar entre os Estados com maior número de crimes eletrônicos, registrando 12.988 ocorrências. “Quando analisamos a taxa de estelionatos digitais, o Pará figura na 8ª posição, com 160 ocorrências por 100 mil habitantes. Esses números refletem um cenário preocupante e demonstram a necessidade de políticas públicas eficazes e iniciativas voltadas para a segurança da informação”.
Conheça Alguns Golpes Comuns
- Phishing
Phishing é um golpe no qual criminosos se passam por instituições confiáveis, como bancos e redes sociais, para enganar vítimas e obter informações sensíveis, como senhas, dados de cartões de crédito e dados pessoais. Os ataques podem ocorrer por e-mails falsos, mensagens de texto ou links maliciosos que direcionam para páginas falsas. - Roubo de Identidade
Neste golpe, os criminosos utilizam dados pessoais da vítima para cometer fraudes financeiras, criar contas falsas ou realizar compras indevidas. O roubo de identidade pode ocorrer por meio de vazamentos de dados, engenharia social ou ataques a sistemas que armazenam essas informações. - Golpes Financeiros e Fraudes em Transações Online
Com o aumento do comércio eletrônico, golpes financeiros, como lojas falsas e produtos inexistentes, estão em alta. Além disso, fraudes em plataformas de marketplace, onde vendedores ou compradores mal-intencionados enganam usuários legítimos, também são comuns. - Sequestro de Contas
Criminosos invadem contas em redes sociais ou serviços de e-mail utilizando técnicas como força bruta, vazamentos de senhas ou phishing. Esses ataques visam espalhar golpes, extorquir vítimas ou roubar informações sigilosas. O uso de autenticação de dois fatores e senhas fortes pode ajudar a evitar esse tipo de ataque. - Ransomware
Ransomware é um dos golpes mais prejudiciais, onde os criminosos bloqueiam o acesso aos arquivos ou sistemas da vítima e exigem um resgate financeiro para liberar os dados. Mesmo após o pagamento, muitas vezes, os criminosos não devolvem o acesso, causando prejuízos irreparáveis. - Suporte Técnico Falso
Neste golpe, criminosos se fazem passar por representantes de empresas de tecnologia, alegando problemas no computador ou conta do usuário. Eles induzem a vítima a instalar softwares maliciosos ou conceder acesso remoto ao dispositivo, permitindo o roubo de informações e transferências bancárias fraudulentas.