O governo Lula (PT) quer lançar, por volta de março, um portal na internet para centralizar as reservas de hospedagem da COP30, a conferência de clima da ONU (Organização das Nações Unidas) que ocorrerá em novembro em Belém.
A ideia é reunir, em um mesmo site, ofertas da rede de hotéis e hostels da cidade, quartos nos cruzeiros atracados no porto, leitos das escolas que serão usadas para alojamento e também casas de moradores que queiram alugar o espaço durante o evento.
Essa plataforma de hospedagem vem sendo discutida principalmente na Secretaria da COP30, da Casa Civil, que tem a missão de gerir a parte de infraestrutura da conferência.
A quantidade de leitos disponíveis em Belém é uma das principais preocupações dos envolvidos com a COP30. O governo brasileiro trabalha com a gestão estadual para
ampliar a oferta de leitos. São esperados 40 mil visitantes e, atualmente, há cerca de 18 mil leitos na cidade.
Nesta quinta-feira (30), Lula defendeu a importância da conferência e disse que “ninguém vai ficar sem lugar para dormir” em Belém.
Os gargalos se concentram sobretudo nos leitos da classe AAA, os de alto padrão, e que recebem os principais membros das delegações internacionais, como presidentes, ministros e até mesmo membros da realeza.
Para suprir essa demanda, a organização do evento irá atracar cruzeiros no porto de Outeiro, distrito de Belém, mirando 4.500 camas. Também estão nos planos a oferta de prédios federais para serem transformados em hotéis e uma parceria com o site Airbnb para incentivar pessoas a oferecerem suas residências durante o evento, inclusive casas de alto padrão em condomínios de luxo.
Por enquanto, o governo espera de 130 a 150 autoridades do mais alto nível durante a cúpula, que vai de 10 a 21 de novembro.
Por ora, os organizadores mantêm um planejamento com a presença do presidente americano, Donald Trump. Sua participação, no entanto, é improvável, uma vez que ele retirou os EUA do Acordo de Paris. Formalmente, o país só será desligado no começo de 2026, um ano após o pedido, mas sua participação na COP30 deve ser esvaziada.
Ciente da limitação de leitos em Belém, o Brasil enxugou, por exemplo, o número de credenciais de sua própria delegação cedidos ao terceiro setor e deve realizar a cúpula de chefes de estado dias antes do início da conferência, para tentar reduzir o pico de pessoas simultaneamente em Belém.
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Mesmo assim, a cerca de dez meses do evento, o preço da hospedagem na cidade já explodiu, o que ligou um sinal de alerta entre os organizadores. Há, por exemplo, apartamentos com cinco camas sendo oferecidos por R$ 2 milhões para duas semanas.
Os organizadores dizem acreditar que o aumento da oferta de leitos, com os novos hotéis que devem abrir, além dos cruzeiros e das instalações temporárias, tenda a baixar os preços.
A Secretaria da COP atualmente negocia com duas empresas a contratação da nova plataforma de hospedagem.
A existência desse portal oficial já foi usado em outras edições da COP. Outra das funcionalidades do site é a possibilidade de se criar um fluxo de reservas.
Por exemplo, é possível que a página libere primeiro apenas pedidos das delegações oficiais dos quase 200 países participantes da conferência, depois dos credenciados para acompanhar o evento e, finalmente, do público em geral.
Na última semana, uma comitiva da ONU foi a Belém e, após passar alguns dias na cidade, entregou sugestões para a infraestrutura do evento. O grupo aprovou o prosseguimento dos preparativos para o evento.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
