![Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará](https://uploads.diariodopara.com.br/2025/02/XoKwCbdn-DP20250206_WA_7471.webp)
De acordo com o novo levantamento divulgado ontem (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA), no mês passado o custo total da cesta básica de alimentos comercializada em Belém ficou quase 5% mais caro que o valor registrado no mês dezembro. Em janeiro, o custo da cesta básica dos paraenses ficou em R$ 697,81, comprometendo uma parte considerável do novo salário mínimo de R$ 1.518,00.
A maioria dos produtos que compõem a cesta básica apresentou aumento de preços, com destaque para o tomate com alta de 12,57%, seguido do café com alta de 9,10%, carne bovina com alta de 8,81%, açúcar com alta de 7,39% e óleo de soja com alta de 6,33%. Também no mês de janeiro alguns itens da cesta apresentaram recuos de preços, como o leite com queda de 1,71%, seguido do feijão com queda de 1,64%.
O comparativo de preços do mês de janeiro deste ano, em relação a janeiro de 2024, mostra que o custo total da cesta básica de alimentos dos paraenses acumula alta de 6,25%. O balanço de preços dos últimos 12 meses mostra também que a grande maioria dos alimentos básicos que compõem a cesta dos paraenses ficaram mais caros, superando inclusive a inflação calculada em torno de 4,80% para o mesmo período.
No período analisado (janeiro/2025 a janeiro/2024), a maioria dos produtos que compõem a alimentação básica dos paraenses ficaram mais caros, com destaque para a alta nos preços do café, com um reajuste acumulado de 55,74%, seguido do óleo de soja com alta de 23,37% e o leite que aumentou em 22,19% ao longo do ano.
O supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa, afirma que a elevação dos preços e os fatores que levam a esse tipo de aumento têm uma relação direta com produção, efeitos climáticos, entressafra e custo de distribuição logística e frete. “Circular com essas mercadorias no país inteiro é muito caro, principalmente na região norte. A recente elevação do ICMS também contribuiu fortemente para isso, assim como o aumento do diesel’.
Ainda de acordo com Everson Costa, a produção para outros países tem uma parcela também importante nos preços que chegam ao consumidor. “Mas cabe lembrar que o fator exportação, esse sim, tem sido um bom ponto de pressão para que os produtos fiquem caros. Afinal de contas, é mais vantajoso aos produtores exportar esses itens do que colocar no mercado interno”.
Consumidores
A bacharel em Direito Glauce Brandão, 50, leva para casa todo mês pelo menos três quilos de café para consumir em casa com a família diariamente. Porém, nas últimas semanas a consumidora tem notado os preços subirem cada vez mais nas prateleiras dos supermercados, o que faz Glauce refletir sobre as escolhas das marcas disponíveis. “Hoje é um preço, semana que vem vai ser outro maior. É quando sobe de preço é dois, três, quatro reais”, afirma insatisfeita.
Com a mesma opinião no quesito café, a funcionária pública Maria de Nazaré Santos, 70, diz que não pode ficar sem em casa, onde toma a bebida todos os dias no café da manhã e também no lanche da tarde, ritual que ela não abre mão, mesmo com os preços do café nas alturas. “Eu posso dizer que eu não vivo sem café. Quando eu vejo que os preços estão muito altos da marca que eu gosto, eu compro de marcas variadas. É uma forma que eu faço pra tentar diminuir o gasto com o café”.
Um dos itens da cesta básica dos paraenses que também teve aumento foi a carne vermelha. “Na minha casa não ficamos sem carne. Quase diariamente consumimos”, explica a dona de casa Lucimar Farias, 60. Geralmente, ela compra sempre no mesmo supermercado por já conhecer os preços e produtos que estão à venda. Mesmo assim, Lucimar sente que cada vez mais está pesando no bolso o gasto com a carne bovina. “Em casa são quatro pessoas, então não pode faltar. Está caro, mas não podemos deixar de comprar”.
Maiores variações no mês de janeiro
*Tomate (quilo). Dezembro (2024): R$ 7,24. Em janeiro (2025): R$ 8,15. Variação: 12,57%;
*Café (quilo). Dezembro (2024): R$ 50,02. Em janeiro (2025): R$ 54,57. Variação: 9,10%;
*Carne (quilo). Dezembro (2024): R$ 40,63. Em janeiro (2025): R$ 44,21. Variação: 8,81%.
Maiores variações em 12 meses
*Café (quilo). Janeiro (2024): R$ 35,04. Em janeiro (2025): R$ 54,57. Variação: 55,74%;
*Óleo (900ml). Janeiro (2024): R$ 8,30. Em janeiro (2025): R$ 10,24. Variação: 23,37%;
*Leite (um litro). Janeiro (2024): R$ 6,58. Em janeiro (2025): R$ 8,04. Variação: 22,19%.