Desde o início do ano, 11 árvores já caíram em Belém, o último registro ocorreu na segunda-feira (03), na avenida José Malcher, entre a travessa 14 de Março e a avenida Generalíssimo Deodoro, no bairro de Nazaré. Segundo mapeamento técnico realizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima (Semma), 47 árvores devem passar por intervenção urgente, sendo 27 com risco iminente de queda.
Os trabalhos de poda e supressão foram retomados desde segunda-feira, iniciando pelo Bosque Rodrigues Alves, no bairro do Marco, e pela travessa Doutor Moraes. Cerca de 110 árvores também devem passar por manutenção ainda este mês. De acordo com a Prefeitura de Belém, a manutenção na arborização urbana estava paralisada desde setembro do ano passado.
O ambulante conhecido como Seu Zé, de 66 anos, que trabalha há pelo menos 30 anos na avenida José Malcher, próximo ao perímetro onde ocorreu a queda recente de árvore, relembra a mesma situação anos atrás, só que do outro lado da via. Próximo do seu ponto de vendas, ele aponta uma outra mangueira que já apresentava risco de tombar.
“Essas árvores podem cair a qualquer momento, eu digo que é sorte tombar para o lado da rua e não das casas. Mas também precisa ser feito um estudo, saber como está, antes as podavam, mas faz tempo que não fazem mais isso”, comentou.
Segundo Junior Melo, chefe de Divisão do Departamento de Áreas Verdes Públicas da Semma, a maioria dos vegetais que caíram nos últimos dias, eram árvores centenárias, com porte elevado, com copa frondosa e sistema radicular reduzido. Ele explica. “No ambiente urbano, a maioria do solo é impermeável, não tem como a raiz se desenvolver e como um ato até de sobrevivência, essa árvore passa a produzir mais folhas, as copas ficam pesadas e com a chuva acabam caindo”, disse.
O chefe da Divisão também salienta que as mangueiras não são apropriadas para o ambiente urbano, tanto que em um campo aberto, as mangueiras se desenvolvem bastante e raramente caem por condições climáticas. Sobre o trabalho da Semma, Junior Melo afirma que de imediato estão sendo realizadas vistorias, organizando as demandas reprimidas da gestão passada, e os serviços de poda ou até mesmo de retirada do vegetal, feita em último caso.