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Gasolina em alta: Veja onde abastecer por menos em Belém

Entenda as razões por trás do aumento no preço da gasolina e como a alteração do ICMS afeta o bolso dos condutores de veículos.

Entenda as razões por trás do aumento no preço da gasolina e como a alteração do ICMS afeta o bolso dos condutores de veículos.
Entenda as razões por trás do aumento no preço da gasolina e como a alteração do ICMS afeta o bolso dos condutores de veículos.. Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

Condutores de veículos, especialmente motoristas e motociclistas, passaram a ter um gasto maior desde o dia 1º de fevereiro para abastecer os automóveis. O preço da gasolina subiu nos postos após uma alteração nos valores do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incidem sobre os combustíveis. O aumento impacta todos os estados do Brasil, e ocorre em momento de pressão sobre a política de preços da Petrobras.

A mudança em relação ao ICMS foi aprovada em novembro do ano passado, em reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). A cobrança do tributo sobre a gasolina deve subir R$ 0,10, passando de R$ 1,3721 para cerca de R$ 1,47 por litro. Nesse caso, o salto será de 7,14%. Na tarde de ontem (3), o DIÁRIO percorreu dez postos na capital paraense nos bairros do Marco, Canudos, São Brás, Souza e Sacramenta para saber quanto o consumidor paga atualmente pelo litro da gasolina.

O preço mais em conta verificado pela reportagem foi no valor de R$ 6,12, em um posto no bairro de Sacramenta, e o valor mais caro foi de R$ 6,49, no bairro do Marco, levando em consideração que estes preços são relativos aos pagamentos realizados à vista, por meio de dinheiro, débito ou Pix. Alguns estabelecimentos oferecem ainda a opção de pagamento por meio do cartão de crédito, porém, o valor cobrado é maior do que o preço à vista e varia entre R$ 6,69, no bairro de São Brás, a R$ 7,89, no Marco, dependendo da bandeira do estabelecimento.

O vigilante Raul Dias, 33, utiliza a motocicleta como veículo para chegar ao trabalho e voltar para casa diariamente. Uma vez por semana, o vigilante abastece o veículo com 70 a 75 reais de gasolina, e com o novo aumento do combustível, Raul afirma que vai pesar um pouco mais no orçamento gastar com a moto. “Geralmente, eu prefiro abastecer nos postos de Ananindeua que estão localizados na BR-316, ali pelo quilômetro 5. O preço por lá é melhor”, comenta.

Com jornada dupla trabalhando como motorista de empresa e motorista de aplicativo de mobilidade urbana, Valdecir dos Santos, 46, precisa abastecer constantemente o automóvel devido à rotina de deslocamentos pela cidade. O motorista afirma que ficou surpreso quando verificou o preço em um determinado posto na capital, o que já reflete a insatisfação dos condutores. “Eu fiquei assustado quando vi posto com o preço da gasolina custando R$ 6,57. Por isso pesquiso alguns locais antes de abastecer”.

A insatisfação com o preço da gasolina ofertada nos postos também é compartilhada pelo farmacêutico Wendell Barreiros, 34, que abastece o automóvel uma vez a cada dois dias, pagando em média o valor de 50 a 70 reais por abastecimento. Para o farmacêutico, a gasolina teve grande variação de preço em pouco tempo, o que prejudica o bolso de quem depende do combustível para se locomover. “Quem sofre é o consumidor porque o salário aumenta, mas tudo sobe de preço, inclusive a gasolina”.

O supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA), Everson Costa, explica que o novo reajuste na gasolina reflete no aumento do custo de vida porque o combustível compõe a formação de preços de bens, produtos e serviços, e prejudica a todos, não apenas quem abastece o carro com gasolina.

A questão que o supervisor técnico levanta é sobre o frete das mercadorias no Brasil e como o preço do combustível tem influência neste processo. “O frete é largamente utilizado na composição do preço de tudo o que a gente consome no dia a dia. Nesse Brasil, mais de 80% do que circula em mercadorias, principalmente alimentos, e demais insumos é por estradas rodoviárias. Quando temos a elevação no preço dos combustíveis, esse frete fica mais caro e acaba criando efeito dominó sobre toda a economia“.


PESQUISA DIÁRIO PREÇO GASOLINA

1 – BR: Avenida Almirante Barroso com travessa Lomas Valentina, bairro do Marco. R$ 6,47 (à vista); R$ 7,89 (crédito)
2 – BR: Travessa Lomas Valentinas com avenida João Paulo II, bairro do Marco. R$ 6,49 (à vista); R$ 6,99 (crédito)
3 – Shell. Travessa Angustura com avenida Almirante Barroso, bairro do Marco. R$ 6,39 (à vista)
4 – Shell: Avenida João Paulo II com travessa Timbó, bairro do Marco. R$ 6,37 (à vista)
5 – BR: Avenida João Paulo II com travessa Antônio Baena, bairro de Canudos. R$ 6,47 (à vista); R$ 6,99 (crédito)
6 – BR: Avenida Governador José Malcher com travessa Castelo Branco, bairro de São Brás. R$ 6,47 (à vista); R$ 7,89 (crédito)
7 – BR: Avenida Governador José Malcher com travessa 14 de abril, bairro de São Brás. R$ 6,29 (à vista); R$ 6,69 (crédito)
8 – Ipiranga: Avenida Duque de Caxias com travessa Humaitá, bairro do Marco. R$ 6,49 (à vista)
9 – ATEM: Avenida Júlio César, s/n, sentido Avenida Almirante Barroso, bairro do Souza. R$ 6,47 (à vista)
10 – Posto Texas: Avenida Pedro Álvares Cabral com passagem Mucajá, bairro da Sacramenta. R$ 6,12 (à vista)