Belém - Na tarde desta segunda-feira (03), o governador Helder Barbalho se reuniu com lideranças indígenas de várias regiões do Estado do Pará, entregando uma proposta do Projeto de Lei elaborada pelo Grupo de Trabalho (GT) para a criação da Política Estadual de Educação Escolar Indígena. O objetivo do governo estadual é promover um avanço histórico na educação indígena, com a construção de uma legislação moderna e inclusiva, que será referência para todo o país.
Participantes do Processo Coletivo
Estiveram presentes representantes de entidades como o governo do Estado, a Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa), o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará (OAB-PA), a Defensoria Pública do Estado do Pará, e o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). O Ministério Público Federal (MPF) também foi convidado a participar.
Principais Propostas da Política Estadual de Educação Escolar Indígena:
- Ensino bilíngue obrigatório nas escolas indígenas;
- Gratificação de 80% para professores indígenas com nível superior;
- Concurso público específico para docentes indígenas;
- Criação do Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena;
- Implementação do Sistema Modular de Ensino Indígena (Somei), com aulas presenciais e no seu nível mais alto;
- Consulta prévia e ampla sobre as modalidades de ensino oferecidas;
- Promoção da Conferência de Educação Escolar Indígena.
Durante a reunião, o governador Helder Barbalho reafirmou seu compromisso em avançar na criação da Política Estadual de Educação Escolar Indígena, buscando a transformação dessa proposta em lei, para garantir segurança jurídica e tranquilidade para os povos originários do Estado.
“Recebemos os povos indígenas do Pará para ouvi-los. Todos os grupos estiveram representados e entregamos a minuta da lei que cria a política de educação indígena no Estado. Agora, queremos que os indígenas analisem e tragam suas sugestões para melhorar a legislação, com o apoio do Grupo de Trabalho“, declarou o governador. Ele também destacou que o prazo para sugestões da proposta de Projeto de Lei será de 15 dias.
Lideranças Indígenas Comemoram o Avanço
As lideranças indígenas que participaram da reunião celebraram os avanços. A presidente da Fepipa, Concita Sompré, destacou a importância da política pública voltada para a educação indígena. Ela lembrou que há décadas os povos indígenas lutam pela implementação dessas políticas, e que o momento é histórico. “Estamos há dois anos aguardando por essa oportunidade e não podemos deixar passar”, afirmou.
O representante do povo Gavião, Pepkrakt Gavião (Zeca Gavião), também considerou o momento histórico, ressaltando que nunca houve uma lei específica para a educação escolar indígena. Ele destacou a importância do diálogo com o governador, permitindo que os povos indígenas participem ativamente do processo.
Já Tuxati Parkateje, representante da terra indígena Mãe Maria, falou sobre a expectativa dos povos indígenas quanto ao avanço da nova legislação, ressaltando que estão na luta pela criação de uma legislação inclusiva há mais de 30 anos.