GERSON NOGUEIRA

Papão perde a invencibilidade e expõe problemas na defesa

PSC sofre derrota inesperada para o Santa Rosa no aniversário do clube. Problemas defensivos e falta de entrosamento são os principais destaques.

Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu
Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

O PSC brindou seu torcedor com um presente esquisito em pleno domingo de aniversário do clube (111 anos): perdeu, de virada, para o Santa Rosa, pior time do Campeonato Paraense, que até a 4ª rodada ocupava a lanterna e ainda não tinha marcado pontos. Um tropeço inesperado, que confirmou os sérios problemas defensivos observados desde o começo da temporada.

No 1º tempo, que começou com grande atraso por falta do desfibrilador (obrigatório na competição), o equilíbrio prevaleceu, com algumas tentativas do PSC através de Marlon e Nicolas, mas o Santa Rosa respondia e não se limitava a defender. Saía em contra-ataques e levava perigo.

Logo aos 7 sete minutos, o meia Giovanni chutou em direção ao gol, mas errou o alvo. O Santa respondeu em seguida, mas Adauto escorregou na hora da finalização. Só que, aos 37’, com maior presença ofensiva, o Macaco Prego quase marcou. Adauto lançou Pecel, que encheu o pé e acertou a trave esquerda de Matheus Nogueira, que ainda tocou na bola.

No lance final da primeira etapa, o Papão reclamou de um pênalti não marcado. Nicolas foi puxado dentro da área, mas o VAR revisou a jogada e não confirmou a infração.

No 2º tempo, o PSC mudou de postura. Parecia mais ligado nas ações de ataque. Logo aos 10 minutos, Nicolas tentou entrar na área e foi derrubado. O pênalti foi assinalado e Marlon converteu.

A entrada de três atletas – Dayverson, Natanael e André Farias – mudou o Santa Rosa, para melhor, contribuindo para a virada.

Aos 38’, PH desviou para as redes um chute cruzado de André Farias. Quatro minutos depois, saiu o segundo gol. Aproveitando o caos defensivo do PSC, o Santinha chegou ao ataque com PH, que cruzou para André Farias. O atacante deu uma finta curta em Bryan Borges, que foi ao chão. De frente para o gol, André finalizou e garantiu a vitória.

O resultado não chega a ser uma surpresa quanto aos problemas defensivos do PSC. Até agora, o time marcou 11 gols e sofreu seis no Parazão. É o segundo pior desempenho defensivo da competição, o que chama atenção pelo nível de investimentos feitos. Vários jogadores foram contratados no exterior, mas isso até o momento não garantiu solidez ao setor de defesa.

Diante da situação e das cobranças do torcedor, a diretoria já anunciou a contratação do zagueiro argentino Joaquín Novillo, que passou por grandes clubes portenhos, mas está parado há meses.

Por outro lado, a decisão do técnico Márcio Fernandes de poupar os titulares Rossi e Matheus Vargas alterou a configuração de meio-campo e ataque, mas não explica todos os erros mostrados em Ipixuna.

Fla é campeão com grande ajuda botafoguense

Era um filme com final desenhado e conhecido. Até os torcedores mais conscientes sabiam que o Botafogo, sem comandante e muito enfraquecido neste início de temporada, corria o risco de sofrer uma derrota vexatória na decisão da Supercopa Rei, no Mangueirão. Podia, é claro, surpreender com uma atuação heroica, mas era improvável.

Tudo se confirmou quando a bola rolou no Mangueirão encharcado pelo temporal que desabou sobre Belém. Logo aos 12 minutos, Bruno Henrique foi derrubado por Lucas Halter, que chegou atrasado para o desarme. Ele mesmo cobrou e John ainda tocou na bola, mas não evitou o gol.

Como a chuva não parava, o jogo foi interrompido aos 15 minutos e voltou mais de uma hora depois. Nem esse tempo de espera foi suficiente para que o técnico interino Fábio Leiria arrumasse o bagunçado time do Botafogo.

Mesmo quando tinha a bola, o Fogão era tímido demais. Tocava para os lados, evitando pressionar a defensiva rubro-negra. Além disso, tinha em Lucas Halter um perigo permanente no setor de defesa. E foi só a partida voltar e Bruno Henrique brilhou novamente. Livre de marcação, ele acertou um belo chute no ângulo, ele ampliou a vantagem.

Além da ágil movimentação do Flamengo, sempre com intensa troca de passes, o Botafogo acusou o desgaste físico – o elenco se reapresentou há apenas 15 dias. Diante dessas facilidades, o Flamengo poderia ter aumentado o placar. Um bom momento alvinegro ocorreu aos 33 minutos do segundo, com Alex Telles mandando uma bomba no travessão de Rossi.

Mas, aos 37’, Luiz Araújo liquidou a fatura. Substituindo Michel, ele roubou uma bola na saída de Lucas Halter e disparou um chute colocado, sem chances para o goleiro John. Flamengo 3 a 0, para festa da massa rubro-negra no Mangueirão.

Em esforço final, o Botafogo fez o gol de honra com Patrick de Paula, que entrou na etapa final. Ele aproveitou bem um rebote da zaga. Leiria deveria ter entrado com Patrick, que vem jogando no time B. Além disso, Danilo Barbosa seria alternativa melhor que o instável Halter.

O triunfo do Flamengo fez o Mangueirão explodir em festa. O clube conquista sua terceira Supercopa (havia vencido em 2020 e 2021) e é o primeiro a gritar “é campeão!” na temporada. Muito justo.