BOLA PRO MATOS

Supercopa do Brasil: O torcedor como um esquecido coadjuvante

Flamengo vence o Botafogo na final da Supercopa do Brasil em Belém. Saiba mais sobre o evento que movimentou a cidade!

Supercopa do Brasil: O torcedor como um esquecido coadjuvante Supercopa do Brasil: O torcedor como um esquecido coadjuvante Supercopa do Brasil: O torcedor como um esquecido coadjuvante Supercopa do Brasil: O torcedor como um esquecido coadjuvante
Flamengo enfrenta o Maricá neste sábado em busca do título da Taça Guanabara. Acompanhe todas as emoções do jogo.
Flamengo enfrenta o Maricá neste sábado em busca do título da Taça Guanabara. Acompanhe todas as emoções do jogo.. Foto: Irene Almeida

A final da Supercopa do Brasil em Belém, envolvendo Flamengo e Botafogo, movimentou a cidade desde a última sexta-feira, 31 de janeiro. Turistas e personalidades de várias regiões do Brasil desembarcaram em Belém para prestigiar a grande final entre os dois gigantes do futebol carioca. Os olhos do Brasil se voltaram para Belém no final de semana, e não era por menos. Em campo, o Flamengo deu um baile sobre o desfigurado Botafogo. Os 3 a 1 saíram baratos. Vitória mais do que merecida.

Mas vamos falar do lado B do evento, algo que afeta diretamente quem faz o futebol ter essa relevância toda, mas que sempre é ignorado: o torcedor. O Código de Defesa do Consumidor completará 35 anos em 2025. É um instrumento útil, mas que não se aplica, como outras normas, ao futebol. Não é levado a sério porque falta interesse de quem se apresenta como guardião dessa bíblia que socorre muitos brasileiros em diversas áreas.

A série de absurdos na Supercopa começa pelos ingressos. O torcedor que quisesse ir ao jogo teria que desembolsar entre R$ 180,00 a R$ 560,00. Mesmo assim, era óbvio que o Mangueirão ia lotar, ainda que custasse uma mudança significativa no orçamento do torcedor. Mas o assalariado, que ganha entre um e dois salários mínimos, certamente se viu obrigado a deixar de lado a paixão pelos clubes e acompanhar a final pela TV.

Já no estádio, outro fato que chamou a atenção foi o veto ao trabalho dos vendedores ambulantes nos arredores do Mangueirão. A praça de alimentação e venda de bebidas que sempre funciona num espaço atrás do ginásio Mangueirinho estava vazia. Quem quisesse vender seus produtos que o fizesse do lado de fora, já beirando a Avenida Augusto Montenegro. E dentro do estádio, os preços cobrados estavam acima da média. Uma latinha de cerveja, de apenas uma marca, custava R$ 15. Uma latinha de refrigerante de marca popular saía por R$ 12 e uma garrafinha de água por R$ 8.

Esses foram apenas alguns absurdos constatados. E, em nenhum desses casos, os órgãos que deveriam defender o combalido bolso do consumidor e também dos trabalhadores ambulantes se manifestaram. Talvez ocorra depois, mas aí o fato já ocorreu.

A organização da partida esteve a cargo da Metrópoles Esportes, ou Metrópoles Produção, grupo de Brasília (DF), claro, com a anuência da CBF.

O futebol é um patrimônio do povo e, como tal, precisa dar a ele o devido respeito. Não pode ser vendido e tratado como um bloco de micareta, em que o organizador pode estipular preços de camisas, valores de comida e bebidas, entre outros, sem que ninguém se incomode. Vai quem quer. O futebol hoje meio que virou isso. Um evento privado, onde cada um estipula suas regras e tá tudo certo. Ainda é tempo de corrigir a rota. Saber agora quem tem vontade de ir contra esse sistema.

Voltamos a qualquer momento…

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.