Rodrigo Bocardi, de 49 anos, foi desligado da Globo por questões de compliance e conflito de interesses. A emissora, como é habitual, não divulga detalhes sobre esses casos. Recentemente, colunistas especializados em televisão divulgaram que a saída do jornalista aconteceu devido à falta de transparência em relação a atividades externas.
De acordo com Gabriel Vaquer, jornalista da Folha de S.Paulo, Bocardi foi demitido por prestar serviços de consultoria, apresentação de eventos e media training ao Bradesco sem informar a Globo, violando o código de ética da emissora.
Rodrigo Bocardi possui várias empresas, que acumulam mais de R$ 2,3 milhões em dívidas tributárias. Entre 2017 e 2023, suas empresas emitiram notas fiscais de prestação de serviços para o banco, incluindo consultoria e produção de conteúdo interno para a UniBrad, a Universidade Corporativa do Bradesco.
Em 2019, uma das empresas de Bocardi, a Boc Produções e Palestras, foi renomeada para Diglon Produções. Entre 2021 e 2023, ele continuou emitindo notas fiscais relacionadas a serviços prestados ao Bradesco, incluindo consultoria e media training, totalizando R$ 432 mil. Este tipo de serviço visava preparar executivos e entrevistados para interações com a imprensa e eventos.
Apesar de a atividade parecer inofensiva, o código de ética da Globo proíbe esse tipo de atividade paralela. O código afirma que funcionários da emissora não podem se envolver em organizações com interesses conflitantes ou que possuam relação comercial com empresas contratadas pela Globo, o que pode comprometer a imagem de neutralidade da empresa.
Após a demissão, Rodrigo Bocardi se manifestou nas redes sociais, afirmando que o ocorrido foi um “susto”, mas que está com “a consciência tranquila”. Em um vídeo postado no dia 31 de janeiro, ele expressou sua gratidão à Globo por 25 anos de carreira e pelos momentos vividos, destacando a conexão com o público e o respeito conquistado durante sua trajetória.