Nas redes sociais, pipocam vários conselhos sobre o fim de ciclo e a necessidade de seguir novas direções. Um deles chama muita atenção e vale para tudo na vida. Dica de ouro:
“Se você amou muito um lugar, não faça a besteira de visitá-lo. Você vai lá achando que vai encontrar o tempo, mas ele não está mais lá. É melhor ficar com a imagem na cabeça. Não pertenço mais a esse lugar.”
Dito isso, embora seja uma verdade dolorosa, há pessoas que preferem correr o risco de se decepcionar e, de repente, até escrever um capítulo que pode colocar uma boa história a perder.
Nas últimas semanas, o Santos embarcou na aventura de trazer Neymar de volta à Vila. E o atacante abraçou a causa, se apresentando na sexta-feira com status de herói no palco sagrado que consagrou Pelé e tantos outros. Herdou a camisa 10 e a missão de conduzir o Peixe aos bons tempos de glória. No imaginário dele e de muitos torcedores, pode ser que estar em casa seja a certeza de voltar a se divertir jogando bola e sendo decisivo.
Acontece que os tempos são outros, e Neymar também é outro. Após sair do Santos, brilhou no Barcelona, teve altos e baixos no PSG e recentemente no mundo árabe. Sua carreira mais recente foi marcada por contusões, que afetaram até seu desempenho nas Copas, embora tenha liderado a seleção brasileira desde 2014. Apesar disso, ele continua sendo o nosso jogador mais diferenciado, ainda intimidando os adversários pela grandeza e, principalmente, pelo passado.
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Mas não há garantias de que Neymar volte a brilhar no Santos. Os “parças” são outros, e talvez ele surpreenda pelo nível do futebol brasileiro atual, mas, ainda assim, é uma incógnita.
A ideia é que esse retorno já signifique, infelizmente, um processo de aposentadoria antecipada. Passaria alguns meses no Santos, depois se juntaria a Messi nos Estados Unidos, tentaria mais uma Copa em 2026 e, depois de tudo isso, seria hora de pendurar as chuteiras e viver intensamente (e merecidamente) a vida. E tá tudo certo. Neymar é um jogador que deixa sua marca na história, tanto pelo talento quanto pelo que podia ter sido, mas não aconteceu. Ainda assim, ele tem um passado glorioso. O tempo dirá se ele fez certo em voltar ao lugar onde sempre foi feliz. Quem sabe até quebre as expectativas dos coachs da internet.
Voltamos a qualquer momento…
Diretor de Redação
Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.
