NOVOS CASOS

Brasil registra, em janeiro, maior aumento de casos de Covid

Confira os números mais recentes sobre os casos de Covid no Brasil. Janeiro de 2025 teve um aumento de 68% em relação a dezembro.

Descubra as últimas estatísticas da Covid no Brasil em 2024. Veja como os casos e óbitos diminuíram em relação ao ano anterior.
Confira os números mais recentes sobre os casos de Covid no Brasil. Janeiro de 2025 teve um aumento de 68% em relação a dezembro.

O Brasil registrou, em janeiro de 2025, o maior aumento de casos de Covid nos últimos dez meses. Na terceira semana do mês, os casos chegaram a 23.512, segundo dados do Ministério da Saúde processados pela plataforma SP Covid Infotracker.

O pico da doença teve início nas últimas semanas epidemiológicas de 2024, em dezembro, e se intensificou nas semanas seguintes. O último grande aumento de casos havia sido registrado em março daquele ano. Nas primeiras quatro semanas de janeiro, houve um aumento de 68% em relação a dezembro, totalizando 72.846 casos de Covid.

Os dados dos últimos dez meses coletados pela plataforma começam na semana epidemiológica 13 de 2024, no final de março, quando o país registrava 14 mil casos. Durante esse período, o menor número foi de 1.102 casos, entre 9 e 15 de junho.

Também houve aumento no número de mortes por Covid. Na terceira e quarta semana de janeiro, foram registradas 310 mortes, enquanto nas duas primeiras semanas de dezembro, o total foi de 165.

Esse crescimento, no entanto, é algo esperado, afirma o médico infectologista Max Igor Lopes. “Nenhum vírus, de forma geral, tem a característica de se autoextinguir.” Segundo ele, os casos da doença estão aumentando como já aconteceu antes, e essa tendência deve continuar.

Mesmo após a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarar o fim da pandemia, o coronavírus mantém algumas características do início, quando foi introduzido no ser humano e as pessoas ainda não tinham imunidade. Como um vírus respiratório, ele apresenta certa sazonalidade. Exemplos disso são o vírus da influenza, mais comum no inverno, e o norovírus, que circula mais no verão.
Segundo Lopes, que é membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, há dois fatores principais que influenciam uma certa sazonalidade do coronavírus: a proximidade entre as pessoas, que facilita a transmissão, e a imunidade coletiva -também conhecida como imunidade de rebanho.

“Toda vez que essa imunidade coletiva diminui, a barreira contra a circulação do vírus também enfraquece”, explica.

Wallace Casaca, pesquisador, coordenador do SP Covid Infrotracker e professor da Unesp, acrescenta que o aumento de casos nesse período específico pode estar relacionado às festas de fim de ano, quando há aglomerações e deslocamentos para reencontros familiares e entre amigos, favorecendo a transmissão do vírus.

Além disso, a sazonalidade da Covid está frequentemente ligada ao surgimento de novas subvariantes. Segundo Casaca, essa tem sido a regra desde 2022, quando a pandemia arrefeceu e a vacinação avançou. As variantes competem entre si, e atualmente as três subvariantes predominantes são JN.1, AKP.3.1 e XEC.

“O natural hoje é que esse vírus continue circulando”, diz Lopes. “Mas, atualmente, ele tem uma gravidade muito menor.”
Os dados confirmam a percepção cotidiana de que muitas pessoas estão relatando sintomas gripais. Como os sintomas respiratórios podem confundir e mascarar alguns casos, torna-se mais difícil distinguir entre gripe e Covid.
Para Lopes, esses números são importantes porque reforçam a necessidade de atenção. “Eles ajudam a levantar a suspeita de que a Covid pode ser a causa daquela dor de garganta ou daquela tosse que sua avó, por exemplo, está apresentando”, afirma. Muitas pessoas não procuram um posto de saúde ou fazem um teste, o que contribui para uma subnotificação dos casos apresentados pela pasta.
Casaca também observa que algumas pessoas ainda têm receio de admitir que contraíram a doença. “Talvez o trauma de 2020 e 2021, somado ao medo de julgamento, tenha gerado um receio massivo de admitir que estão com Covid, mesmo no cenário atual, que é muito mais controlado”, comenta.

COMO SE PREVENIR?

Vacinando-se, responde Lopes. “As pessoas abandonaram a ideia de vacinar. Inclusive, muitos idosos não entendem a importância disso”, alerta.

O Ministério da Saúde recomenda a vacinação anual para pessoas a partir de 5 anos de idade e para aquelas com maior vulnerabilidade ou condições que aumentam o risco de desenvolver formas graves da doença. Para pessoas com 60 anos ou mais, imunocomprometidos e gestantes/puérperas, a recomendação é vacinar-se a cada seis meses.

Além disso, é essencial usar máscaras ao apresentar sintomas de doenças respiratórias.
Para diferenciar gripe de Covid, é importante observar os sintomas, buscar informações e realizar testes em farmácias ou laboratórios.

A gripe geralmente causa febre, fadiga, dor de cabeça, dores no corpo, coriza, espirros e falta de apetite. Já a Covid se manifesta principalmente nas vias aéreas superiores, com tosse, dor de garganta, dor de cabeça, perda de olfato e coriza.