CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Planetário do Pará volta a receber visitação pública às quartas e sábados

Experimentos lúdicos, incluindo sessões na Cúpula Kwarahy, contribuem para divulgar e popularizar as atividades em Ciências e Astronomia

Foto: Público em uma sessão na Cúpula Kwarahy Público em uma sessão na Cúpula Kwarahy Foto: Monique Hadad – Ascom Centro de Ciências e Planetário do Pará / Uepa
Público em uma sessão na Cúpula Kwarahy. Foto: Monique Hadad – Ascom Centro de Ciências e Planetário do Pará / Uepa

O Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPPA) vai retornar com as visitações públicas, a partir desta quarta-feira, 29, das 14h30 às 17h30, com entrada gratuita; e no sábado, dia 1º de fevereiro, das 8h30 às 11h30, com ingresso a R$10 e meia-entrada no valor de R$5. Crianças de até seis anos de idade não pagam, bem como as pessoas com direito às gratuidades previstas em lei. Professores e estudantes pagam meia-entrada, mediante comprovação. Não é necessário efetuar agendamento prévio para realizar a visita.

A partir destas datas, o espaço poderá ser acessado pelo público sempre às quartas-feiras e sábados, nos mesmos horários citados acima. Somente em 2024, o CCPPA recebeu, durante as visitações públicas, aproximadamente, 6.300 pessoas. Para o diretor do CCPPA, professor José Roberto Silva, é uma satisfação reabrir as atividades de atendimento à população.

“Este é um momento importante para divulgar e popularizar as atividades em ciências e Astronomia, por meio dos experimentos lúdicos disponíveis em nosso ambiente. Por outro lado, retomamos as atividades extensionistas, considerando que somos vinculados à Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Universidade do Estado do Pará”, destaca.

O Planetário do Pará “Sebastião Sodré da Gama” foi inaugurado em 1999. Em 2012, ampliou suas ações e atendimentos com a implantação do Centro de Ciências, que contempla as áreas de Astronomia, Matemática, Química, Física e Biologia. As visitações ao CCPPA são compostas por sessão de cúpula e acesso ao Centro de Ciências.

Conhecimento científico

Durante as sessões na cúpula Kwarahy, os visitantes realizam uma viagem pelo conhecimento científico, contemplando as maravilhas do universo. A cúpula possui 11m de diâmetro e conta com o projetor de planetário ZeissSkymaster ZKP-3. Este instrumento projeta cerca de sete mil estrelas, constelações, lua e planetas. Ele simula o céu de qualquer parte do globo terrestre e também pode funcionar como máquina do tempo, apresentando o céu conforme era visto em qualquer época do passado ou futuro.

Além das possibilidades citadas, o professor responsável pela área da Física do CCPPA, Nelson Leite, destaca que, na cúpula, o visitante tem a oportunidade de visualizar “chuva de meteoros, projeções de sistemas de coordenadas para localização dos astros, dentre outros recursos, além de vídeos de representações cosmológicas, que também enriquecem as possibilidades de redescobertas e encantamento dessa magnífica área da ciência”.

Área da Física

No espaço reservado à Física do Centro de Ciências, os visitantes podem observar e interagir com experimentos, que propiciam a exploração e discussão sobre vários fenômenos físicos.

“Transformação de formas de energia por dínamo e bicicleta, além do uso da energia solar; conservação de movimentos (linear e angular) por giroscópio ou choques de corpos; geradores de descargas elétricas e choques; condições de flutuação de corpos como o submarino; descargas elétricas com plasmas; propagação do som por painéis, simulando comunicadores sem fio ou corrente elétrica; e produção de ecos. Estas são algumas das situações que permitem refletir sobre a importância da promoção da educação para a ciência”, detalha Nelson Leite.

A plataforma giratória é um dos experimentos disponíveis no espaço. Segundo a estagiária de Física do CCPPA, Laysa Ferreira, durante o experimento, é explicado o conceito de conservação do momento angular. Dois halteres de dois quilos são entregues ao visitante, um em cada mão. É solicitado que o participante posicione os halteres próximos ao tronco e que, ao girar, abra e feche os braços lentamente.

“As pessoas percebem que, quando abrem os braços, elas giram mais devagar e, quando fecham, giram mais rápido. Isso ocorre devido a elas aumentarem e diminuírem o raio do corpo, alterando, assim, a distribuição de massa. Percebo que os visitantes ficam surpresos com a mudança de velocidade do giro na plataforma. Eles se divertem e incentivam os amigos a participarem do experimento também”, conta Laysa Ferreira.

De acordo com o técnico de Física do CCPPA, Gabriel Condurú, o momento angular está presente em vários aspectos do nosso cotidiano, desde a estabilidade de edificações até o equilíbrio de um ciclista sobre a bicicleta.

“Imagine, por exemplo, uma patinadora no gelo. Quando ela quer aumentar a velocidade da sua rotação, ela fecha os braços e as pernas e, no momento em que ela quer diminuir a sua velocidade, ela os abre. Essa característica se deve à conservação do momento angular. Ela é uma lei física fundamental e se deve às propriedades de simetria do nosso espaço”.

Gabriel comenta que esse resultado físico foi descoberto pela matemática e física alemã Emmy Noether, que, de forma mais geral, chama-se Teorema de Noether.

Ambiente da Matemática

Na área da Matemática do Centro de Ciências e Planetário do Pará, por sua vez, são apresentados aos visitantes os conceitos de adição, subtração, multiplicação e divisão, além de objetos que estimulam o pensamento geométrico e o raciocínio lógico. O visitante aprende de forma divertida e lúdica sobre a Matemática e como ela pode estar presente na nossa realidade.

“É possível ter contato com a História da Matemática, aritmética, álgebra, geometria, desafios e curiosidades matemáticas. No local, os visitantes podem observar e aprender através de experimentos e dinâmicas propostas pelos monitores, que auxiliam o público durante as visitações”, afirma o estagiário de Matemática do CCPPA, Edilson Nogueira.

Ao acessar o espaço da Matemática, é possível aprender sobre a história desta ciência, por meio da apresentação de uma linha do tempo, incluindo povos e personalidades importantes para a Matemática, que foram responsáveis por contribuições que servem de base para várias ciências, até os dias atuais.

“Os experimentos apresentados pelos monitores também atraem a curiosidade do público. É o caso das calculadoras criadas por John Napier, que, por volta do século XVI, auxiliaram os matemáticos a resolverem grandes cálculos de multiplicação ou divisão, da maneira mais rápida possível”, relata a docente responsável pela área da Matemática, Eliza Silva.

Estas são algumas das vastas possibilidades de aprendizado proporcionadas pelo CCPPA, que tem a missão de promover e aplicar o conhecimento em ciências, visando o desenvolvimento científico sociocultural da população paraense.