O último levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), aponta que a dupla café moído e o leite encareceram. O litro do leite, por exemplo, estava custando em média R$8,18 nos supermercados da capital, em dezembro de 2024, representando um aumento de 16,19% em relação ao mesmo período de 2023. Já o quilo do café girava em torno de R$50,02, e o pacote tradicional de 250 gramas, mais usado no dia a dia, atingiu a média de R$12,50.
Quem sobrevive das vendas de café da manhã nas feiras, sente o impacto no orçamento e nas vendas, e está tentando não repassar o valor ao cliente por enquanto. No Mercado Municipal de Carne Francisco Bolonha, no Complexo do Ver-o-Peso, em Belém, a vendedora Núbia Oliveira, de 49 anos, comenta que a maior parte do público que frequenta o quiosque são os comerciários que trabalham nas redondezas.
Contudo, alguns reclamam do preço do copo de café, que ainda está sendo vendido a R$2,00. Segundo ela, o valor pago pelo café moído de 250 gramas chega a R$15,00 e em breve o valor deve ser repassado ao cliente. “Eu ainda tô mantendo o preço, não repassei, mas está complicado. Ainda não repassei porque é início de ano, fim de mês, mas em breve isso vai mudar porque o café está muito caro, assim como o leite. Sem contar que tenho despesas com funcionários, aí não tem como manter”, ressalta.
Na Feira da 25, no Marco, Alice Santos, de 34 anos, também reclama dos preços dos itens, mas comenta que tem feito pesquisas de mercado antes de comprar, para equilibrar custo e lucro. “Não se pode tocar o sino e acompanhar a procissão, então tem que ter essas estratégias. Eu vou a um supermercado aqui próximo onde ocorrem algumas promoções durante o fim de semana e aí fica mais em conta. As coisas não param de aumentar, então tem que ver onde é o melhor preço”, diz.