Even Oliveira
A inadimplência é um problema que afeta milhões de brasileiros. Ter o nome negativado em órgãos de proteção ao crédito pode dificultar o acesso a serviços básicos e financiamentos. Felizmente, soluções para renegociar dívidas estão cada vez mais acessíveis como, por exemplo, mutirões de renegociação organizados por empresas privadas até plataformas digitais que simplificam o processo.
Para o economista Nélio Bordalo Filho, membro do Conselho Regional de Economia do Pará e Amapá (Corecon-PA/AP), o ponto de partida para quem deseja renegociar suas dívidas é entender a real dimensão do débito.
“A pessoa precisa buscar informações sobre suas pendências financeiras, seja por meio de plataformas como o Serasa, que já lista todas as dívidas cadastradas no CPF, ou diretamente com as empresas ou bancos credores. É essencial solicitar uma atualização do valor e analisar as propostas de parcelamento com base no orçamento disponível”, destacou.
Uma dica essencial para evitar frustrações após a renegociação é assegurar que a parcela mensal esteja dentro do orçamento. “Não adianta aceitar um parcelamento com valores altos que fogem da realidade. É comum o devedor conseguir pagar uma ou duas parcelas, mas acabar inadimplente novamente. A renegociação só será eficaz se o valor mensal for compatível com outros compromissos básicos, como aluguel, água e luz”, reforçou o economista.
Atualmente, empresas como concessionárias de energia e operadoras de cartão de crédito oferecem canais de negociação direta. “A Serasa condensa todas as dívidas. A [concessionária de energia] Equatorial, tem como negociar diretamente com a empresa. Já os cartões de crédito podem ser negociados até via WhatsApp”, exemplifica.
Ele ainda considera que essas opções trazem praticidade, mas alerta que é fundamental tomar cuidado com golpes. “Algumas pessoas preferem negociar pessoalmente, olho no olho, porque sentem mais segurança no processo. É importante verificar sempre a autenticidade dos canais usados para renegociação”.
Para aqueles que preferem a negociação direta, Bordalo orienta procurar diretamente o setor financeiro, pedir o levantamento de atualização da dívida para que possa ser visualizada, ver as propostas da empresa e fazer a negociação. Ainda, ele sugere a criação de um planejamento financeiro pessoal.
“Fazer um planejamento, uma planilha financeira, e fazer o levantamento do que ele tem mensalmente, como aluguel, água, energia, como se fosse uma contabilidade pessoal. Se eu ganho R$5.000 por mês e tenho um compromisso de R$4.500, eu tenho que ver se a dívida pode ser de R$200 e R$300”.
Após renegociar, o passo seguinte é evitar novas dívidas e trabalhar para recuperar a tranquilidade financeira. “É importante criar uma reserva de emergência, mesmo que pequena, para lidar com imprevistos sem precisar recorrer a crédito. A disciplina nesse momento fará toda a diferença para manter o nome limpo e, aos poucos, reconstruir a estabilidade financeira”, concluiu.
OUTRAS FORMAS
Para quem deseja outras formas de consultar e negociar dívidas de forma prática e segura pode contar com plataformas como o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil – Consumidor Positivo, Boa Vista SCPC, Quod, Acordo Certo e Limpa Nome do Serasa, sendo necessário realizar um cadastro para garantir a proteção dos dados financeiros.
- SPC Brasil – Oferece consultas ao CPF para verificar restrições e negativação, além de permitir a negociação de dívidas com condições especiais.
- Consumidor Positivo (do SPC Brasil) – Iniciativa do SPC Brasil que permite aos consumidores acompanharem suas informações de crédito, consultarem dívidas e participarem de ações para melhorar seu score de crédito.
- Boa Vista SCPC – Fornece serviços de consulta ao CPF, visualização de pendências e oportunidades para renegociar dívidas.
- Quod – Plataforma que permite a consulta de informações de crédito e renegociação de dívidas, com foco na gestão do histórico financeiro.
- Acordo Certo – Plataforma especializada em renegociação de dívidas, oferecendo condições personalizadas e descontos para quitação de débitos.
- Portal Gov.br – Permite a consulta de pendências fiscais com a Receita Federal, além de emitir guias de pagamento e de negociação de parcelamentos.