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China indica que aceita negociar novo acordo comercial com Trump

Entenda a busca por um comércio equilibrado entre China e Estados Unidos. Descubra as declarações recentes dos líderes para um acordo justo.

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O governo Trump está avaliando exigir que todos estrangeiros que se candidatarem a estudar nos EUA passem por verificação nas redes sociais. Foto: Divulgação
O governo Trump está avaliando exigir que todos estrangeiros que se candidatarem a estudar nos EUA passem por verificação nas redes sociais. Foto: Divulgação

Questionada nesta sexta-feira (24) sobre o desejo declarado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de alcançar um novo acordo comercial com a China, a porta-voz do ministério do exterior, Mao Ning, respondeu positivamente. “Apesar das diferenças, os dois países têm enormes interesses comuns e espaço para cooperação”, disse ela.

Sobre a cobrança por Trump de um acordo mais “justo”, que reduza o déficit comercial americano que ele chama de “ridículo”, a porta-voz afirmou que “a China nunca buscou deliberadamente um superávit comercial com os EUA”.

Na última terça-feira (21), o vice-primeiro-ministro Ding Xuexiang já havia declarado no Fórum Econômico Mundial, em Davos: “Nós não queremos superávit comercial. Nós queremos importar mais para promover um comércio equilibrado”.

Sobre a nova ameaça de Trump de elevar tarifas, que ele descreveu como “um poder muito grande sobre a China” que os EUA podem usar, Mao Ning comentou que “guerras comerciais e tarifárias não têm vencedores e não são do interesse de ninguém”.

Também questionado sobre as menções a tarifas pelo presidente americano, o Ministério do Comércio da China acrescentou que “a China está disposta a trabalhar com os EUA para promover o desenvolvimento estável, saudável e sustentável das relações comerciais”.

Para além das reações de autoridades, o conhecido jornalista e influenciador de mídia social chinesa Hu Xijin comentou em vídeo no Weibo, com ironia, que “o tom de Trump mudou drasticamente” e ele deu “o ultimato mais suave da história”.

Já um especialista em relações internacionais da Universidade Renmin, Jin Canrong, aconselhou, também em vídeo no Weibo: “Nós não devemos baixar a guarda. Trump ainda considera a China como um rival estratégico”. Ele ecoa a cautela de outros acadêmicos chineses, que vêm alertando Pequim para não se deixar iludir pelo presidente dos EUA.

A possibilidade de um novo acordo comercial sino-americano causa apreensão no agro brasileiro. Há dois meses, em visita a Pequim, a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, hoje senadora por Mato Grosso do Sul, alertou ser necessário “acompanhar muito de perto” as conversas entre Trump e a China.

O presidente americano “gosta de negociar e pode impor produtos agrícolas para a China”, como fez no primeiro mandato com o acordo para a compra de mais soja americana. “Os EUA competem na área agrícola conosco de igual para igual”, afirmou ela, em novembro.