A Justiça da Bolívia ordenou nesta sexta-feira (17) a prisão do ex-presidente Evo Morales depois que ele se recusou a prestar depoimento pela segunda vez no caso no qual é acusado de estuprar e traficar uma adolescente.
O Ministério Público havia pedido a prisão de Evo em dezembro pelos crimes de “estupro, exploração e tráfico de pessoas”. Nesta sexta, o juiz Nelson Rocabado, da cidade de Tarija, disse que Evo é um rebelde e declarou a suspensão do julgamento até que ele se apresente, segundo a Procuradoria.
O caso veio à tona em outubro de 2024, quando o governo de Luis Arce, antigo pupilo e agora adversário político de Evo, confirmou a existência da investigação contra o ex-presidente. Segundo a acusação, Evo teria estuprado uma adolescente de 15 anos em 2015 com o consentimento dos pais, que teriam colhido benefícios do governo ele era presidente na época.
Ainda segundo o Ministério Público, a adolescente teria tido uma filha em decorrência do estupro. De acordo com a investigação, os pais da vítima a inscreveram na “guarda juvenil” de Evo “com o único objetivo de ascender politicamente e obter benefícios em troca de sua filha menor”.
O Ministério Público se concentra em tentar condenar Evo pelo crime de tráfico de pessoas, que acarreta uma pena de 10 a 15 anos de prisão. Isso porque, como afirma a defesa do ex-presidente, a denúncia de estupro foi investigada e arquivada em 2020.