A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou nesta quinta-feira, 9 de janeiro, levantamento sobre o impacto do aumento de 7,5% no salário mínimo do Brasil, que passou de R$ 1.412 para R$ 1.518 em 2025. O reajuste custará R$ 4,41 bilhões aos cofres públicos municipais neste ano.
Cerca de 2,1 milhões de ocupações da esfera municipal possuem remuneração de até um salário mínimo e meio e, portanto, devem ser reajustadas.
Os Municípios de Minas Gerais, da Bahia e do Ceará concentram o maior número de servidores municipais que recebem até 1,5 salários-mínimos. Juntos, as cidades desses Estados abrigam 31% do total de servidores municipais levantados.
No Pará, as prefeituras mantém 154.670 servidores. O que vai gerar um impacto de R$ 319.738.535 nas finanças dos municípios.
Na outra ponta, os Municípios com menor número de servidores municipais dentro desta faixa salarial são os do Acre, do Amapá e de Roraima. Nesse caso, juntos eles representam apenas 1% do total.
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)
Uma das preocupações da Confederação com reajustes salariais é o risco de ultrapassar os limites de gastos de pessoal impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Municípios que excedem essas despesas em 60% da Receita Corrente Líquida (RCL) ficam sujeitos a diversas penalidades, como a proibição de admissão de novos servidores e de reajuste para o funcionalismo local.
Em 2023, 25% dos Municípios tinham algum alerta em relação ao gasto de pessoal no primeiro quadrimestre, mas, ao fim do ano, o percentual ficou em 22%. Os dados de 2024 ainda não estão consolidados. No entanto, na análise de janeiro a agosto, o primeiro quadrimestre ficou em 18% e o segundo, 12%. De acordo com a entidade, os bons resultados dos índices com gasto com pessoal são explicados pelo desempenho da arrecadação, que apresentou crescimento em relação a 2023.
Novo índice de correção
A CNM lembra ainda que há uma nova política de valorização do salário mínimo, que foi criada como parte do pacote de cortes de gastos do governo federal. A regra determina que o aumento real do salário mínimo ficará limitado a 2,5%.
A correção do salário mínimo continua levando em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 12 meses, encerrado em novembro do ano anterior, e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) consolidado de dois anos antes. Mas, agora, com o limitador de 2,5%.
Com informações da CNM