EM BELÉM

Mais de 100 árvores são transplantadas para áreas de obras da COP 30

Samaumeira, seringueira, mamorana, ipê, açaizeiro, bacabeira e pupunheira estão entre as principais espécies de árvores transplantadas para o Parque da Cidade,

Somente no Parque da Cidade, centro da conferência mundial, a previsão é de que 2,5 mil espécies sejam plantadas na primeira fase da obra, de samaumeira a açaizeiro
Somente no Parque da Cidade, centro da conferência mundial, a previsão é de que 2,5 mil espécies sejam plantadas na primeira fase da obra, de samaumeira a açaizeiro. Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará

Samaumeira, seringueira, mamorana, ipê, açaizeiro, bacabeira e pupunheira estão entre as principais espécies de árvores transplantadas para o Parque da Cidade, em Belém, que receberá as principais programações da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30). A junção de ciência e sustentabilidade garante que mais de 100 espécies sejam plantadas e transplantadas no espaço, inclusive espécies ameaçadas de extinção, a exemplo do Cedro, Mogno e Acapu, que também integram o projeto paisagístico da obra.

“A nossa meta era plantar mais de 1,3 mil árvores até dezembro de 2024, das 2,5 mil previstas para serem entregues na primeira fase da obra, em novembro de 2025. E conseguimos, para que justamente agora, no período chuvoso, elas possam aproveitar a época para crescer e se restabelecer. Estamos buscando fazer o plantio e transplantio de árvores adultas, com a maior copa possível, para proporcionar espaços com sombra. Também trabalhamos com espécies voltadas para ornamentação e jardins, para embelezar o Parque”, explica Daniela Genu, Gerente de Relacionamento e Meio Ambiente da diretoria de Valor Social Norte da Vale, que faz o gerenciamento da obra.

Critérios – No caso do transplante de árvores, o processo segue etapas criteriosas, a partir da avaliação da viabilidade da possível remoção. Se considerada apta, é realizada a sangria – corte de parte das raízes para estimular sua conservação -, enquanto a folhagem é podada para reduzir o estresse da planta. Depois, corta-se o restante das raízes e a base da árvore passa por um envelopamento, envolvida com terra nutritiva, preparando as condições favoráveis ao transporte.

Somente no Parque da Cidade, centro da conferência mundial, a previsão é de que 2,5 mil espécies sejam plantadas na primeira fase da obra, de samaumeira a açaizeiro
Somente no Parque da Cidade, centro da conferência mundial, a previsão é de que 2,5 mil espécies sejam plantadas na primeira fase da obra, de samaumeira a açaizeiro

A engenheira florestal responsável pela execução do projeto de paisagismo do Parque da Cidade, Regina Meireles, informa que a técnica de replantio, sobretudo de indivíduos adultos de grande porte, é inovadora e representa um desafio à equipe.

“Fazemos todo o tratamento de adubação química e orgânica para garantir a nutrição da árvore combinado com a irrigação abundante. Acompanhamos o rebrotamento das folhas e fazemos os manejos necessários, entendendo as particularidades de cada espécie. O processo todo prima pela sustentabilidade, com base em conhecimentos técnicos e inovadores para o Estado”, ressalta Regina Meireles.

Memória – Com o transplante de seringueiras e outras espécies nativas da Amazônia, o Parque da Cidade vai fortalecer o bioma da região. Até o momento, 90 das 176 seringueiras previstas já foram transplantadas. Essa espécie também resgata a memória de um período de grande desenvolvimento urbano e econômico na capital paraense, a Belle Époque, no período da história denominado Ciclo da Borracha, com extração do látex das seringueiras.

Obras para a COP – Além do Parque da Cidade, as obras do Porto Futuro II, Nova Doca e BRT Metropolitano também estão na rota dos transplantes de árvores realizados pelo governo do Estado na Região Metropolitana de Belém. Em áreas nas quais sejam identificadas a necessidade da supressão vegetal é realizada a retirada e o transplantio, para garantir a preservação de diversas espécies.