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Em Belém, nação rubro-negra vai da esperança à frustração. VEJA FOTOS!

Torcedores do Flamengo lamentaram o fim do sonho do bi. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.
Torcedores do Flamengo lamentaram o fim do sonho do bi. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Diego Monteiro

Em meio ao clima de ansiedade, o Bar Ninho do Urubu, na avenida Antônio Everdosa, no bairro da Pedreira, ficou lotado de torcedores que acompanharam a partida entre Flamengo e Al-Hilal, pela semifinal do Mundial de Clubes da Fifa. Antes do apito inicial, dedos entrelaçados, mãos em formato de oração e até terços entre os dedos foram cenas comuns entre os flamenguistas na tarde de ontem.

Assim que o juiz autorizou o início do duelo, o nervosismo foi dando lugar a preocupação, já que o Flamengo se viu atrás do placar após pênalti cometido por Matheuzinho, com apenas três minutos de partida. Os goles fartos de cerveja gelada tentavam amenizar a tensão que tomava conta do lugar. “Vai dar Mengão, pois confio no time que tanto me orgulha”, afirmou o vigilante Leonardo Lobato, 48. 

Os flamenguistas contavam com a vaga na final. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Diante da confiança dos torcedores, o rubro-negro buscou o empate aos 19 minutos, em linda finalização de Pedro. “Eu disse que era só uma questão de tempo. Agora é segurar, administrar o tempo, para que, quando apareça uma oportunidade, consigamos virar o jogo. Não vamos arredar o pé até que a partida acabe, com a vitória, é claro”, completou Leonardo.

Os gritos de “uuuhhh” e o “senta e levanta” nas cadeiras toda vez que a bola chegava próxima da trave virou quase uma ginástica para os torcedores. O Flamengo perdeu algumas chances de gol no primeiro tempo, até que, em decisão polêmica da arbitragem, Gerson foi expulso, além de outro pênalti favorável ao time saudita que garantiu o placar de 2 a 1, com o segundo gol de Al Dawsari.

“As pessoas precisam entender que nós, que vestimos esse manto, não somos torcedores apenas na vitória, mas também na derrota. Mas eu sou realista, parece que a equipe técnica de arbitragem tá fazendo de tudo para prejudicar no nosso time, com um VAR totalmente parcial, então fica mais difícil ganhar assim”, afirmou o marítimo Renato Barbosa, 41 anos.

Torcedor acreditava na virada

Torcedor do Flamengo tinha esperanças na virada. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Com o desfalque, a desconfiança, entre petiscos e bebidas, ainda fazia parte dos torcedores do Mengão. No entanto, ainda era possível encontrar quem sonhasse com um resultado positivo, como é o caso da Marília Oliveira, 41. “O meu time é assim mesmo: pode até está perdendo, mas sempre arruma um jeito para se levantar”, confessou a administradora.

Mas os flamenguistas começaram a esmorecer e o silêncio se tornou protagonista depois que Al-Hilal concretizou a boa vantagem aos 24 minutos do segundo tempo. Tudo começou após um erro de domínio do meia Pulgar, que armou o contra-ataque decisivo, principalmente depois do cruzamento de Salem para Vietto que colocou a bola para dentro do gol do Flamengo.

“Do jeito que tá, prevejo que teremos poucas chances de reverter esse quadro que está sendo desenhado. Estamos com um a menos, sendo que está cada vez mais visível que fomos prejudicados com aquela marcação que gerou não só o pênalti, mas a expulsão de um dos nossos. Mas existe uma certeza: não vamos abaixar nossas cabeças”, frisou o autônomo Cezar Albuquerque, 33.

Até que… o Ninho do Urubu, em Belém, estremeceu pela segunda vez após Pedro, novamente, colocar a bola no fundo da rede dos sauditas. Entre abraços e choro, Erivaldo Santos era só alegria. “Estou muito feliz por esse gol e confiante, pois ainda dá tempo de pelo menos empatar. Vou voltar para casa com o coração aliviado”, explicou o motorista de 58 anos.

Ao fim do jogo, só restou lamentar. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

No entanto, o jogo terminou em 3 a 2 para Al-Hilal e o Flamengo caiu de forma precoce no Mundial de Clubes. Seria natural que a tristeza dominasse o ambiente da torcida do Flamengo, mas o que mais se ouviu foram aplausos pela atuação dos jogadores. Um grupo chegou a cantar o hino do clube assim que o árbitro apontou para o centro do campo. E o sonho do bi ficou pelo caminho.