MEDICAMENTOS

Anvisa aprova produção do primeiro concorrente nacional do Ozempic

Novos medicamentos análogos de GLP-1 autorizados pela Anvisa: conheça o Olire e o Lirux, produzidos pela farmacêutica EMS.

 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira a produção e venda de dois novos medicamentos análogos de GLP-1, mesma classe do Ozempic, pela farmacêutica EMS.
 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira a produção e venda de dois novos medicamentos análogos de GLP-1, mesma classe do Ozempic, pela farmacêutica EMS.

 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira a produção e venda de dois novos medicamentos análogos de GLP-1, mesma classe do Ozempic, pela farmacêutica EMS. São eles o Olire, para o tratamento de obesidade, e o Lirux, para o controle da diabetes tipo 2, estarão disponíveis nas farmácias brasileiras a partir de 2025.

Ambos são feitos à base de liraglutida, o mesmo princípio ativo encontrado nas canetas injetáveis Saxenda e Victoza, produzidas pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk. A patente do peptídeo, que é capaz de aumentar a saciedade das pessoas e suprimir o apetite, caiu neste ano.

Os fármacos serão produzidos inteiramente em território nacional. A dose de Lirux terá até 1,8mg para uso diário e será vendida em embalagens com uma, duas, três, cinco e dez canetas; já o Olire, com dose de até 3mg por dia, será vendido por unidade ou em pacotes de três ou cinco canetas.

“Desenvolvemos um produto no país, com tecnologia brasileira, do zero. Vamos fabricar desde a matéria-prima até o produto acabado, reforçando nossa posição de liderança no mercado farmacêutico brasileiro com produtos de alta qualidade e de grande impacto”, destaca Carlos Sanchez, presidente do Conselho de Administração da empresa farmacêutica.

De acordo com a nota divulgada pela companhia, o Olire e o Lirux já estão sendo fabricados em fase piloto. A partir de março do próximo ano, a estimativa é de que a produção chegue a 40 milhões de unidades.

A principal diferença para outras canetas está no princípio ativo: o Ozempic contém a semaglutida, enquanto Olire, também indicado para tratamento da obesidade, é feito a partir da liraglutida. Por outro lado, a principal semelhança, além da ação na perda de peso, está nos possíveis efeitos colaterais gastrointestinais.

Medicamentos que contêm semaglutida e da liraglutida simulam apenas o hormônio GLP-1 no corpo humano. Existem receptores dele em diversas partes do corpo. No pâncreas, por exemplo, essa interação aumenta a produção de insulina. Por isso, inicialmente, os fármacos do tipo foram pensados para diabetes tipo 2. Além do Ozempic, destinado a esse público, existe o Victoza, que é a versão da liraglutida para pacientes diabéticos.

Já no estômago, o GLP-1 reduz a velocidade da digestão da comida e, no cérebro, ativa a sensação de saciedade. Esses mecanismos levam a pessoa a sentir menos fome e, consequentemente, reduzir as calorias ingeridas.

Há ainda a tirzepatida (do Mounjaro), que simula também um outro hormônio intestinal chamado GIP.

Todos esses medicamentos devem ser utilizados somente mediante indicação médica e têm efeitos colaterais. Na maior parte são leves, como náuseas, diarreia, baixo nível de açúcar no sangue (hipoglicemia), vômitos, tontura e indigestão.

(AG)