A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira a produção e venda de dois novos medicamentos análogos de GLP-1, mesma classe do Ozempic, pela farmacêutica EMS. São eles o Olire, para o tratamento de obesidade, e o Lirux, para o controle da diabetes tipo 2, estarão disponíveis nas farmácias brasileiras a partir de 2025.
Ambos são feitos à base de liraglutida, o mesmo princípio ativo encontrado nas canetas injetáveis Saxenda e Victoza, produzidas pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk. A patente do peptídeo, que é capaz de aumentar a saciedade das pessoas e suprimir o apetite, caiu neste ano.
Os fármacos serão produzidos inteiramente em território nacional. A dose de Lirux terá até 1,8mg para uso diário e será vendida em embalagens com uma, duas, três, cinco e dez canetas; já o Olire, com dose de até 3mg por dia, será vendido por unidade ou em pacotes de três ou cinco canetas.
De acordo com a nota divulgada pela companhia, o Olire e o Lirux já estão sendo fabricados em fase piloto. A partir de março do próximo ano, a estimativa é de que a produção chegue a 40 milhões de unidades.
A principal diferença para outras canetas está no princípio ativo: o Ozempic contém a semaglutida, enquanto Olire, também indicado para tratamento da obesidade, é feito a partir da liraglutida. Por outro lado, a principal semelhança, além da ação na perda de peso, está nos possíveis efeitos colaterais gastrointestinais.
Medicamentos que contêm semaglutida e da liraglutida simulam apenas o hormônio GLP-1 no corpo humano. Existem receptores dele em diversas partes do corpo. No pâncreas, por exemplo, essa interação aumenta a produção de insulina. Por isso, inicialmente, os fármacos do tipo foram pensados para diabetes tipo 2. Além do Ozempic, destinado a esse público, existe o Victoza, que é a versão da liraglutida para pacientes diabéticos.
Já no estômago, o GLP-1 reduz a velocidade da digestão da comida e, no cérebro, ativa a sensação de saciedade. Esses mecanismos levam a pessoa a sentir menos fome e, consequentemente, reduzir as calorias ingeridas.
Há ainda a tirzepatida (do Mounjaro), que simula também um outro hormônio intestinal chamado GIP.
Todos esses medicamentos devem ser utilizados somente mediante indicação médica e têm efeitos colaterais. Na maior parte são leves, como náuseas, diarreia, baixo nível de açúcar no sangue (hipoglicemia), vômitos, tontura e indigestão.
(AG)