ENTENDA O CASO

Pesquisadores encontram cogumelo tóxico em Santarém

Descubra mais sobre a toxicidade do cogumelo Chlorophyllum molybdites, encontrado na região Sul do Brasil e pouco registrado na Amazônia.

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A espécie de cogumelo foco da pesquisa é encontrada facilmente em várias regiões de Santarém.
A espécie de cogumelo foco da pesquisa é encontrada facilmente em várias regiões de Santarém.

O cogumelo Chlorophyllum molybdites, conhecido por sua toxicidade, foi encontrado pela primeira vez no Pará por pesquisadores da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). A descoberta é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Daniel Marinho, graduando em Ciências Biológicas no Instituto de Ciências da Educação (Iced), com orientação de Marcos Santana e Eveleise Canto, ambos do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA).

Esse cogumelo, comum no Brasil, especialmente na região Sul, onde é associado a casos de intoxicação alimentar devido à sua semelhança com cogumelos comestíveis, é pouco registrado na Amazônia. A pesquisa realizada por Marinho e sua equipe ampliou o conhecimento sobre a distribuição geográfica da espécie e forneceu uma descrição morfológica detalhada, essencial para o reconhecimento de cogumelos tóxicos e para a prevenção de intoxicações.

No estudo, foi observado que o Chlorophyllum molybdites prefere áreas antropizadas, como quintais e gramados urbanos, onde contribui para a decomposição da matéria orgânica e o ciclo de nutrientes. Apesar de não representar grandes riscos ambientais, o cogumelo pode ser perigoso quando manuseado ou consumido, especialmente se confundido com outras espécies. Marcos Santana, orientador da pesquisa, alerta para os riscos associados ao consumo e à manipulação inadequada.

A descoberta da primeira ocorrência de Chlorophyllum molybdites no Pará é um avanço significativo para o estudo da diversidade de fungos amazônicos. Santana destaca a importância dessa pesquisa, não só para a Funga paraense, mas também para a preservação da saúde pública, considerando que a espécie pode ser encontrada em várias áreas do estado, como em Santarém, Oriximiná, e nas unidades da Ufopa. O alerta principal é evitar a ingestão do cogumelo, já que ele pode ser confundido com cogumelos comestíveis e causar sérios danos à saúde.

As amostras coletadas durante a pesquisa foram depositadas na Coleção de Fungos do Herbário HSTM da Ufopa, e os dados estão disponíveis nos bancos de dados de biodiversidade do Brasil. Além disso, a pesquisa foi publicada na revista científica ACTA Amazônica, especializada em estudos sobre a Amazônia, e ganhou destaque como capa da edição. O artigo, intitulado “New occurrence data of the toxic mushroom Chlorophyllum molybdites (Basidiomycota, Agaricaceae) in the Brazilian Amazon region”, visa alertar sobre os riscos de intoxicação alimentar e reforçar a importância de mais pesquisas sobre os fungos da Amazônia.

A identificação de cogumelos tóxicos como o Chlorophyllum molybdites é crucial para a segurança da população e para a conscientização ambiental. A pesquisa e a divulgação dessas descobertas científicas ajudam a prevenir acidentes, como os registrados na região Sul do Brasil, e contribuem para a valorização da biodiversidade amazônica.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.