O artista AC OP, nome artístico de Flávio Nunes, lançou um projeto inovador que promete transformar a relação da comunidade surda com a música. Contemplado pela Lei Paulo Gustavo, o Projeto Linguagem Espacial foi idealizado para incluir deficientes auditivos no universo musical de forma ampla e acessível. Por meio de interpretações em LIBRAS que capturam letra, melodia e ritmo, o projeto culminará em um álbum multimídia de RAP com cinco faixas inéditas, abordando temas como superação, combate ao suicídio e quebra de paradigmas.
Como surgiu o projeto?
A inspiração para o projeto veio enquanto AC OP ouvia o álbum Slime Season, do rapper americano Young Thug. A capa do disco, que traz o nome em linguagem de sinais, despertou sua curiosidade sobre como a comunidade surda consome música. Após observar adaptações em LIBRAS em shows e eventos, ele iniciou uma pesquisa aprofundada, descobrindo que, embora as pessoas surdas possam consumir música, isso ainda ocorre de forma limitada devido à escassez de materiais adaptados.
“Vi que a comunidade surda consome música, mas de uma forma restrita, porque há pouco material adaptado em LIBRAS. Foi aí que nasceu o Linguagem Espacial, onde as faixas serão ‘cantadas em LIBRAS’, com elementos como interpretação musical, expressão facial e movimentos corporais para transmitir ritmo e emoção”, explica AC OP.
Inovação e acessibilidade
O álbum multimídia combina tecnologia, criatividade e inclusão, traduzindo o RAP de maneira que vai além da audição. Cada música será “cantada” em LIBRAS, com intérpretes que utilizam linguagem corporal e expressões faciais para transmitir o sentimento e o ritmo das canções. Essa abordagem proporciona uma experiência imersiva para a comunidade surda, algo inédito no cenário musical brasileiro.
Lançamento e expectativas
Notícias Relacionadas
LUTO
Roqueiro mais antigo do Brasil: Quem foi o Mestre Laurentino
Belém lamenta a morte de Mestre Laurentino, ícone da música paraense. Conheça sua história e seu impacto na cultura local. Nascido na Ilha de Marajó, Laurentino se mudou para Belém ainda jovem, onde formou sua família e ganhou notoriedade como o roqueiro mais velho do Brasil. Ele foi pai de 27 filhos. O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, expressou em nota seu pesar pela morte do artista, destacando sua importância para a cultura local: "É um momento de grande tristeza para a cultura de Belém e do Pará. A prefeitura se solidariza com os amigos e familiares de João Laurentino da Silva, carinhosamente chamado de Mestre Laurentino, e reconhece sua imensa contribuição para a música paraense", afirmou. Durante sua carreira, Mestre Laurentino gravou centenas de fitas cassetes em seu quintal, capturando sons típicos de seu ambiente, como uivos de cachorros, papagaios, galinhas, e outros ruídos, criando assim uma linguagem musical única. Biografia Mestre Laurentino nasceu em 1º de janeiro de 1926, em Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, e foi criado em Belém pelo jurista Francisco da Costa Palmeira. Aos 18 anos, comprou sua primeira gaita, que o acompanhou ao longo de sua juventude e vida adulta, enquanto trabalhava como boxeador, ajudante de pedreiro e mecânico de aviação. Em 1º de janeiro de 2022, ao completar 96 anos, Laurentino esbanjava vitalidade e alegria, sempre com seu estilo irreverente de roupas cintilantes, cheias de cores e paetês, que se tornaram uma marca registrada. A canção Lourinha Americana foi regravada por grandes nomes da música brasileira, como Gilberto Gil e Mundo Livre S/A. "Minha música foi gravada por diversas pessoas", disse ele, orgulhoso de sua trajetória. Em 2014, Laurentino lançou seu primeiro CD, Laurentino e os Cascudos, produzido por Ná Figueiredo, que inclui sucessos como São Paulo, Monte Castelo e Nega Misampli. Esta última ganhou um videoclipe lançado em 15 de dezembro, onde o mestre apareceu no Mercado Ver-o-Peso, com seu figurino marcante. Para celebrar seus 96 anos, Laurentino participou do novo álbum do grupo Metaleiras da Amazônia, com a música Terra dos Bandeirantes, que será lançado no final deste mês. Relação paternal Mestre Laurentino teve 27 filhos. Ele vivia com a filha Greyce dos Santos Corrêa, de 38 anos, e com a ex-companheira Leonice Carvalho, mãe de Greyce e de outros dois filhos, que faleceram em 2015 e 2016. Apesar de ser conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil, Laurentino sempre enfatizou seu apreço por todos os gêneros musicais. "A música sendo bonita, eu gosto", declarou.
LUTO
Mestre Laurentino morre ao 98 anos
Morreu neste sábado (21) em Belém João Laurentino da Silva, mais conhecido como Mestre Laurentino.
Originalidade é a palavra que define o projeto. AC_OP promete uma sonoridade única, que mescla diferentes gêneros musicais, elevando o RAP a um novo patamar. “O Linguagem Espacial é meu melhor trabalho até agora. Coloquei todo o meu sentimento e musicalidade nele, e tenho certeza de que quem ouvir vai gostar”, afirma o artista.
O lançamento ocorrerá no dia 21 de dezembro. O álbum estará disponível gratuitamente em plataformas como Spotify e YouTube, reforçando o compromisso com a inclusão e a acessibilidade.
A relevância do projeto
Segundo o IBGE, cerca de 10 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência auditiva, representando aproximadamente 5% da população. Projetos como o Linguagem Espacial são fundamentais para ampliar a oferta cultural e musical para esse público, promovendo inclusão e equidade no acesso às artes.
Com o lançamento do EP, AC OP busca não apenas transformar a experiência musical da comunidade surda, mas também inspirar outros artistas e produtores culturais a desenvolverem iniciativas inclusivas. “Quero que meu trabalho faça a diferença e mostre que a música pode ser para todos”, conclui.
