Com a saída do argentino Gonzalo Llanos, Jonas Neves foi contratado esta semana para ser o novo preparador físico do Clube do Remo. Anteriormente, até metade do ano passado, ele esteve em Belém, trabalhando no Paysandu. Mas deixou a Curuzu logo após a chegada de Hélio dos Anjos. Aos 42 anos, ele também acumula passagens por Tupi-MG, Caldense-MG, Vila Nova-GO, América-RN e América-MG, clube onde teve maior sequência de trabalho. Além disso, Jonas contará com o apoio de Matheus Proença, auxiliar de preparação física do clube.
Com o desafio de preparar um elenco que terá dois momentos bem distintos de treinamento, com a maior parte chegando ao Baenão somente em janeiro do ano que vem, sem falar que vem por aí uma temporada bem mais exigente fisicamente, Jonas falou ao DIÁRIO sobre o começo do trabalho no Leão Azul.
Adaptação ao calendário
P – Todas as regiões brasileiras têm suas peculiaridades climáticas, de temperatura, entre outras coisas. Por conhecer a realidade do futebol paraense, isso é uma vantagem no momento de entender como fazer essa preparação? Em especial para quem está chegando agora?
R – Acredito que sim. Nós temos profissionais muito bons e experientes aqui no clube, que já conhecem há anos essa realidade. A integração com eles é importantíssima nessa construção do trabalho.
P – Parte do elenco começa a pré-temporada agora e outra somente ano que vem. Que tipo de dificuldades essa situação traz num trabalho inicial?
R – A maior dificuldade é deixar esses dois grupos em condições iguais o mais rápido possível. Ao mesmo tempo em que temos um grupo que se apresenta agora, esse grupo também já está há 60 dias sem treinar. O grupo que chega em janeiro, terá menos tempo para treinar, porém estará no máximo 30 dias sem treino.
P – O calendário do futebol brasileiro sempre foi um problema para os trabalhos técnicos e físicos. Que tipo de desafio essa nova mudança, com antecipação do início do estadual e do Brasileirão, traz para a comissão técnica?
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R – A dificuldade é que diminui ainda mais o tempo de preparação dos atletas, física, tática e tecnicamente. Isso aumenta para todos os clubes o risco de lesões e é preciso tomar muito cuidado nos trabalhos do dia a dia.
Série B é prioridade na preparação?
P – Nesse sentido, acaba sendo inevitável que o planejamento da comissão técnica seja já visando a Série B, que vai começar bem mais cedo?
R – Não, acredito que o planejamento seja voltado a todas as competições. Nós queremos ser campeões e queremos começar o ano muito bem.
P – Temperatura e umidade do ar altas, as características locais são diferentes de quase todos os locais. O que pode ser um dificultador inicial, pode ser uma vantagem contra os adversários a partir do momento em que os jogadores do Remo estiverem mais acostumados?
R – Pode sim. Mas acredito que o maior dificultador será para os outros. Temos uma equipe muito boa, com nível de competitividade alto. Aí sim o clima pode somar a nosso favor.
P – O Remo manteve uma base que jogou a Série C. O que muda na preparação física para um elenco que, agora, vai encarar uma competição com 10 rodadas a mais, sem mata-mata e com todos os jogos valendo o mesmo?
R – A base ajuda muito no entendimento do modelo de jogo. Fisicamente precisamos ter um nível alto de força, velocidade, além de uma atenção muito grande de todos os departamentos do clube no quesito recuperação dos atletas. Alimentação e suplementação muito ajustada para acelerar a recuperação, estar atento a outros detalhes, como a hidratação, o sono, para podermos dar as doses de treino ideais para cada atleta.
