CADA UM FAZ SUA LEI

Flagrantes revelam cenário de caos no trânsito de Icoaraci; veja fotos

Descubra os desafios do trânsito em Icoaraci e as medidas necessárias para melhorar a segurança e mobilidade no distrito.

Sinalização precária, falta de fiscalização adequada e desrespeito às leis de trânsito fazem o tráfego de Icoaraci ser bastante inseguro para condutores de veículos, motociclistas, ciclistas e pedestres
Sinalização precária, falta de fiscalização adequada e desrespeito às leis de trânsito fazem o tráfego de Icoaraci ser bastante inseguro para condutores de veículos, motociclistas, ciclistas e pedestres. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

“Eu nunca vi Icoaraci tão abandonada como estamos vendo agora”. É o que diz um dos moradores sobre a situação do trânsito no distrito. No geral, em Icoaraci, ruas são mal sinalizadas e o trânsito do distrito não segue qualquer norma.

Na manhã de segunda-feira (25), um acidente de trânsito foi registrado na travessa Berredos, esquina com a Quinze de Agosto. Segundo trabalhadores da área, envolveu um casal de idosos e um caminhão. Os dois trafegavam em uma bicicleta. Quando o sinal abriu o condutor tentou passar reto, mas foi atingido pelo veículo de grande porte. A senhora morreu na hora, enquanto o senhor ficou ferido. As circunstâncias do acidente estão sendo apuradas.

O problema no trânsito inicia ainda na avenida Augusto Montenegro, onde motociclistas costumam transitar pela via expressa do BRT, o que é proibido. Nas ruas do distrito o problema é ainda mais complicado. Formado por vias estreitas de mão dupla, os condutores costumam estacionar os veículos, no centro da região, à beira da calçada, estreitando ainda mais a passagem dos demais veículos, que precisam pegar a mão oposta para desviar.

Por lá, motociclistas andam sem capacetes e com vestimenta imprópria, como sandálias. Na única ciclofaixa do distrito, na avenida Dr. Lopo de Castro, motoqueiros também trafegam livremente, dividindo espaço com os ciclistas. Fora esse trecho, os ciclistas são deixados à sorte para trafegarem entre veículos motorizados mais pesados. Devido a falta de estrutura das calçadas, também é comum que os pedestres optem por andar por parte da rua.

PERIGO

Na rua Oito de Maio, próximo ao Hospital Regional Abelardo Santos, condutores não respeitam sequer o semáforo. Quando o sinal fecha, os motoristas costumam ultrapassar como se a sinalização não existisse. Além disso, também é comum fazerem a conversão irregular. Ao invés de atravessarem o sinal e pegarem o retorno mais a frente, os motoristas dobram logo abaixo do semáforo para a via oposta.

Trânsito caótico de Icoaraci. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Trânsito caótico de Icoaraci. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Segundo o morador Francisco Oliveira, 61 anos, infrações ocorrem a qualquer hora do dia. Próximo ao cruzamento entre a rua Oito de Maio com a Augusto Montenegro, ele afirma que a fiscalização pela Semob já não é feita há anos.

“Eu nunca vi Icoaraci tão abandonada como estamos vendo agora. A gente não sabe nem se tem algum agente de trânsito porque o trânsito está um caos. As placas de proibição estão aí nos postes, mas ninguém obedece”, afirma o autônomo.

O medo de atravessar a rua é constante, já que o desacato às leis de trânsito coloca os pedestres em uma situação delicada. “Eu já escapei de ser atropelado. Quando eu estava atravessando o sinal fechado, na faixa de pedestres, que já nem existe, passou um motoqueiro bem do meu lado. Sem falar que aqui eles só andam sem capacete, com três a quatro passageiros na garupa, inclusive criança”, relata Francisco.

Para a ciclista Isabel Santos, 63 anos, pedalar em Icoaraci é muito perigoso. Isso porque os condutores de todos os tipos de veículos, seja de passeio ou de carga pesada, não respeitam sinalização e atravessam constantemente o sinal fechado. Por isso, ela costuma ter cuidado redobrado ao trafegar pelas ruas do distrito, na bicicleta ou a pé, para não sofrer nenhum acidente.

“Para quem anda de bicicleta é muito complicado. Eu sempre tento andar com cuidado, mas o pessoal passa no sinal fechado, não tá nem aí. Eu tenho medo de sofrer algum acidente porque é muito perigoso, mesmo andando. Para atravessar na rua é preciso ter atenção redobrada”, relatou a dona de casa.