O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira a escolha da ex-CEO da empresa de luta livre WWE Linda McMahon para o cargo de secretária da Educação no seu próximo governo. Aliada de longa data de Trump, McMahon chefiou a agência do governo americano que apoia pequenas empresas durante o primeiro mandato do republicano.
“Como presidente do Instituto de Políticas America First, Linda tem sido uma defensora ferrenha dos direitos dos pais”, disse Trump em nota. “Ela trabalhou duro para conseguir a escolha universal de escolas em 12 estados, dando a crianças a chance de receber uma ótima educação, independente de endereço ou renda.”
Por “escolha universal de escolas”, Trump se refere ao plano do Partido Republicano de enfraquecer regras nos EUA que determinam onde uma criança vai estudar com base no bairro onde vive. Em alguns estados, essas normas vêm sendo substituídas por um sistema de vouchers que famílias podem usar para matricular estudantes em qualquer instituição —uma medida com o objetivo, segundo opositores, de fortalecer a educação privada em detrimento das escolas públicas.
“Linda lutará incansavelmente para expandir a escolha universal de escolas”, concluiu Trump. Durante a campanha, o republicano prometeu fechar a pasta da Educação, dizendo que o órgão “doutrina jovens com material político racial e sexual inapropriado”, uma acusação repetida por boa parte do Partido Republicano.
Nos últimos anos, estados governados pela agremiação se voltaram contra o ensino de questões raciais nas escolas, e alguns aprovaram leis exigindo a presença de bíblias e o ensino religioso cristão na sala de aula.
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Nos EUA, como no Brasil, as escolas públicas são financiadas e administradas principalmente por governos locais, sejam estaduais ou municipais. Entretanto, ao contrário do MEC (Ministério da Educação), o Departamento da Educação dos EUA não tem poder sobre o currículo das escolas nem papel regulatório no ensino superior.
Assim, as principais ações da pasta são programas de empréstimos a universitários e iniciativas para permitir que estudantes de baixa renda tenham acesso a uma faculdade, além de fiscalizar se há discriminação em locais de ensino. Em 2024, o departamento teve verba de US$ 238 bilhões (cerca de R$ 1,3 trilhão), muito menor do que o orçamento do Departamento da Defesa, por exemplo, que teve à disposição US$ 824 bilhões.
Linda McMahon, co-fundadora da empresa WWE, foi uma das principais doadoras da campanha presidencial de Trump e é presidente do Instituto de Políticas America First, um think tank alinhado a Trump. McMahon ainda precisa ser aprovada pelo Senado para o cargo na chefia do Departamento da Educação.
VICTOR LACOMBE/SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
