COMÉRCIO

Placas de venda e aluguel se multiplicam na Padre Eutíquio

Conheça a situação dos imóveis na travessa Padre Eutíquio em Batista Campos e as oportunidades de aluguel e compra na região.

Travessa, que já foi uma das vias mais movimentadas de Belém, tem vários estabelecimentos fechados ou simplesmente abandonados
Travessa, que já foi uma das vias mais movimentadas de Belém, tem vários estabelecimentos fechados ou simplesmente abandonados. Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

A presença de lojas em determinada área indica a movimentação do comércio, o que atrai um fluxo de consumidores, estimulando a economia local. Na travessa Padre Eutíquio, uma das vias mais importantes da capital paraense, no bairro de Batista Campos, o cenário é um pouco desanimador. Onde antes funcionavam livrarias, restaurantes, lojas e demais estabelecimentos, hoje estão apenas inúmeros imóveis desativados ou à disposição para venda ou aluguel.

A situação foi verificada pelo DIÁRIO especificamente no perímetro da travessa Padre Eutíquio localizado entre a avenida Conselheiro Furtado e Rua dos 48. O trecho tem cerca de quinze imóveis de diversos tamanhos e diferentes estilos, como casarões, prédios e salas comerciais, que estão com as portas cerradas. Em alguns destes imóveis, é possível observar os contatos de telefone disponíveis para quem tem interesse em alugar o espaço ou também comprar. Há, ainda, imóveis em situação física precária e necessitando de reformas estruturais.

De acordo com o avaliador e corretor de imóveis, Charlton Moreira, a situação presenciada pela reportagem pode ser resultado de fatores como o aumento dos preços dos aluguéis, estando os valores muito acima do que os empreendedores, empresários e pequenos comerciantes estão disponíveis a pagar. Outra situação que dificulta também quem busca alugar um imóvel é a questão da reforma deste, pois segundo o corretor de imóveis, na maioria das vezes o inquilino pega um imóvel e precisa reformar.

Onde antes funcionavam bancos, livrarias e lojas de roupas, hoje só existem placas e portas fechadas
Onde antes funcionavam bancos, livrarias e lojas de roupas, hoje só existem placas e portas fechadas. Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

“Pode não haver consenso entre o proprietário e o inquilino. A pessoa tem que gastar na reforma e ainda pagar um preço exorbitante para alugar o local. Neste caso, tem que haver uma conscientização dos proprietários, porque os profissionais da área, os corretores, fazem a avaliação de acordo com o que o imóvel vale. Só que os proprietários na maioria das vezes pedem um valor muito mais alto do que realmente oferece o imóvel”.

Valor do aluguel assusta, segundo vendedor

O vendedor ambulante Pedro Barbosa, 28 anos, trabalha em uma venda de acessórios para celular na esquina da Travessa Padre Eutíquio com a Rua dos 48. Coincidentemente, o ponto de vendas dele fica em frente ao imóvel onde funcionava uma ótica, local que hoje abriga apenas um anúncio para aluguel do espaço.

“Eu conhecia a pessoa que trabalhava antes nessa ótica. Ela me dizia que o valor do aluguel era muito alto e ia chegar o momento que não conseguiriam mais quitar a conta. E o que a gente vê é essa rotatividade com diferentes pontos fechando aqui, resultando na queda do movimento de clientes nessa parte”.

O vendedor Lúcio Ribeiro, 60, trabalha em uma loja voltada para a venda de colchões e que fica em frente a uma livraria fechada. Ele é testemunha da situação que ocorre na Padre Eutíquio e tem observado de perto o fechamento de estabelecimentos na via. “A alternativa é chamar a atenção do cliente com promoções e formas de pagamento mais atrativas. As pessoas ou preferem comprar pela internet ou ir ao shopping. Aí acaba diminuindo o movimento e fechando várias lojas como estão ocorrendo”.

Há mais de 30 anos trabalhando como taxista em frente ao shopping center localizado na Travessa Padre Eutíquio, o taxista Ivan Júnior, 57, acompanha na área a dinâmica imobiliária e a movimentação dos consumidores pelas lojas na via. Porém, o panorama observado por ele não é dos melhores. “Vi essa área se transformar antigamente. Hoje, já não é mais a mesma coisa. As lojas abertas chamam mais gente para a área e passa uma sensação maior de segurança com mais pessoas na rua. Agora com esse monte de prédio fechado, fica complicado para os lojistas e pra gente que trabalha transportando passageiros”.