TEXTO: ALINE RODRIGUES
O mestre de cultura popular, músico e compositor Ronaldo Silva apresenta o show “Tambor e Viola”, hoje, 26, às 21h, no espaço cultural Savieira, com um show intimista e que vai passear por sua trajetória musical. “Estou preparando para essa apresentação um repertório bem variado, de vários momentos da minha da vida”, diz.
Estarão presentes toadas tradicionais do Mestre Setenta, do Boi Malhadinho. E uma parte do show terá Ronaldo Silva no tambor para tocar “Coco Perenuê”, de Waldemar Henrique. “Com certeza vai ter baião, merengue, vamos fazer uma viagem no tempo, tocando essas músicas que são da minha reserva especial, que eu tenho um carinho especial por elas”, acrescenta o músico.
O artista vai incluir também no repertório composições com parceiros como Júnior Soares, do Arraial do Pavulagem, e Allan Carvalho. “O show tem esse caráter intimista porque vou fazer um mergulho para dentro do Ronaldo compositor, então com certeza vou fazer as músicas que que já tenho uma certa facilidade de fazer, tocar o violão, tocar o tambor, tocar o reco, vou passear na percussão também junto com o JP”, detalha.
“O show tem esse caráter intimista porque vou fazer um mergulho para dentro do Ronaldo compositor”
O público vai poder ver ainda um Ronaldo ao violão, momento raro segundo o artista, que estará nessa apresentação ao lado de Davi Amorim e do já citado percussionista JP.
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“Deve aparecer uns amigos lá para dar uma canja, ainda estou vendo isso aí, quem que eu vou chamar”, acrescenta ele, que é um dos fundadores do Instituto Cultural Arraial do Pavulagem, ao lado de Júnior Soares e Rui Baldez, tendo formado laços com inúmeros mestres da cultura popular de todo o estado.
DISCO NOVO
O músico também revela que está com um disco pronto para ser lançado, mas aguarda editais para fazer esse trabalho chegar ao público e pretende, com o novo trabalho, circular por Belém, Marajó e Macapá. Além disso, 2023 começa animado para o artista, que será enredo da Bole-Bole, escola de samba que desfila dia 12 de fevereiro, na Aldeia Cabana, com o tema: “Ronaldo Silva – Universo Cantador na Folia do Carnaval”.
“Quando eu recebi o convite do presidente da escola e da comissão do carnaval do Bole-Bole para ser o tema, eu fiquei muito feliz, lógico, honrado, eu passei também muitos anos trabalhando lá com Nazareno Silva, aprendendo no bairro do Guamá o sotaque do Malhadinho, o sotaque do Boi do Guamá de uma maneira geral. Então, fico feliz porque é um reconhecimento de um trabalho que eu ajudo a fazer, que é o Arraial do Pavulagem, que é o meu trabalho de compositor, junto com os meus parceiros”, contou Ronaldo, que fez questão de destacar que a homenagem acaba sendo para todo mundo.
“O trabalho que eu faço é um trabalho coletivo, a minha experiência maior é no coletivo, então é uma homenagem também que acaba pegando todo mundo desses anos todos – só de Arraial do Pavulagem são 35 anos. Eu fico feliz porque é a oportunidade também que eu tenho de não esquecer que na caminhada da minha vida, na construção da minha obra, eu sempre tive apoio, sempre tive a presença de parceiros, amigos e ser lembrado pela escola me obriga a compartilhar isso com toda essa galera do Arraial, da música paraense, que já gravaram músicas minhas, de pessoas que eu já gravei música também, amigos que estão perto, de amigos que estão longe. É muito especial para mim esse momento”, pontuou Ronaldo.
O artista contabiliza ainda 15 anos do Cordão do Galo, realizado em Cachoeira do Arari, no Marajó, outro fato a inspirar a Bole-Bole. “Eles têm essa pegada que é a cara de Belém, a cara do nosso estado. Então, eu estou feliz da vida e não sei sambar, mas eu vou me esforçar”, finalizou empolgado Ronaldo.
