O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participou nesta segunda-feira do lançamento do “Pix por aproximação” para os usuários da carteira digital do Google, em São Paulo. Com o sistema, os consumidores vão poder realizar pagamentos com o celular – como faz com cartões – usando o sistema de pagamentos instantâneos do BC.
A funcionalidade ficará disponível a partir do Google Pay, solução de iniciação de pagamentos que agrega as informações de instituições financeiras e as disponibiliza no momento da compra, seja virtual ou física. Nesse momento, clientes do C6 Bank e do PicPay podem utilizar o recurso a partir do Google. Nas próximas semanas, ele será habilitado também para quem tem contas no Itaú.
A previsão da autoridade monetária é que o recurso esteja disponível para toda a população em fevereiro de 2025, quando todas as instituições financeiras credenciadas deverão oferecer o serviço por meio dos chamados iniciadores de pagamento. Os testes com demais instituições de pagamento terão início no próximo dia 14.
Com a nova função, o Banco Central espera que consumidores que hoje optam pelo pagamento por cartão, pela facilidade do processo, passem a escolher a opção do Pix. Segundo Campos Neto, uma pesquisa interna do BC, que ainda será divulgada, mostrou que cerca de 30% dos brasileiros que usam mais o cartão do que o Pix fazem essa opção pela agilidade, o que deve mudar com o lançamento do recurso:
Como fazer o Pix com a Carteira do Google?
As regras para o Pix por aproximação foram aprovadas pelo BC e o Conselho Monetário Nacional (CMN) em julho, mas as discussões do Google com o mercado e autoridade monetária começaram em agosto do ano passado.
Para fazer o Pix por Aproximação pela Carteira do Google, os usuários vão precisar vincular suas contas à ferramenta. A partir disso, ao fazer um pagamento, o consumidor só vai precisar desbloquear o celular, aproximar o aparelho e seguir os passos do pagamento Pix pela Carteira. A ferramenta, por enquanto, só irá funcionar para aparelhos Android.
Para que o usuário use o recurso, o lojista terá que optar, na maquininha, pela opção de pagamento por Pix. O código QR, então, vai aparecer na tela da maquininha. O consumidor então terá que ativar o Google Pay que irá fornecer as opções de bancos cadastrado pelo usuário
O recurso vai funcionar para os aparelhos que tenham o NFC, que é tecnologia que permite a troca de informações entre os celulares e as máquinas de pagamento. Segundo Campos Neto, o BC trabalha para que o NFC seja o padrão no mercado:
– Tem muita pergunta sobre se o Banco Central vai padronizar a parte do NFC. A gente entende que é muito preocupante ter um mercado que é muito fragmentado, onde as coisas não se comunicam. Vamos entrar em um processo de padronização do NFC e todos vão se enquadrar nesse modelo.
Além das instituições parceiras do Google, outros bancos têm testado o recurso. O Banco do Brasil, por exemplo, tem essa opção disponível em fase piloto para parte dos correntistas, em parceria com a Cielo.
A agenda do Banco Central para o Pix ainda inclui a criação de uma modalidade internacional, uma plataforma centralizada que vai agregar diferentes recursos do sistema de pagamento e o “Pix garantido”, que permitirá o parcelamento de compras.
Texto de: Juliana Causin (AG)