Com a apresentação do elenco do Clube do Remo programada para os primeiros dez dias de dezembro, além dos cuidados nas vindas dos jogadores que comporão o elenco para o ano de 2025, em especial para a Série B do Campeonato Brasileiro, há também a montagem do planejamento de treinos que o grupo de atletas deve seguir, inclusive do que deve ser trabalhado desde o início da temporada para que o time chegue a um estágio físico ideal quando for mais necessário.
Disputada em pontos corridos com jogos de ida e volta, a Segundona tem dez rodadas a mais que a Terceirona, isso para o time que mais entra em campo, ou seja, aquele que chega à decisão. Assim, quem está na competição sabe que vai ter 38 compromissos e o perfil dos atletas e quantidade deles que estará no Baenão leva isso em consideração.
Até o momento, a diretoria remista renovou com sete atletas para a próxima temporada: os goleiros Marcelo Rangel e Léo Lang, o zagueiro Rafael Castro, o lateral Sávio, os meias Jaderson e Pavani e o atacante Ytalo, além dos garotos da base e quem mais tinha contratos longos. As rescisões, até aqui, foram do goleiro Victor Lube, do lateral-esquerdo Hélder Santos, dos volantes Adsson e João Afonso e do atacante Ribamar. O volante Bruno Silva e o zagueiro Bruno Bispo se anteciparam e se despediram do Remo através das redes sociais.
Auxiliar-técnico de Rodrigo Santana, Neto Pajolla comentou sobre essa montagem de elenco e como deve ser o trabalho para deixar o time pronto para encarar o desafio de fazer uma boa Série B e exorcizar de vez o fantasma da gangorra de subidas e quedas dos últimos anos.
Que diferenças há no planejamento para a preparação física para uma Série C e uma Série B, esta última com quase dez rodadas a mais?
R – Você tem que fazer uma pré-temporada muito bem trabalhada, principalmente na questão física, para dar esse lastro físico para eles, para conseguirem essa carga para que eles possam conseguir aguentar o campeonato até o final. É claro que a pré-temporada é muito importante, até porque durante a competição, durante a temporada, a gente vai ter que trabalhar muita manutenção de força, então uma base bem trabalhada com certeza vai dar combustível para os atletas aguentarem o ano todo. Mas sempre focando também no trabalho de força durante o ano para que eles não percam esse nível de força e fiquem apenas com a resistência. Precisa trabalhar muito bem nesse quesito.
O que muda também com o fato de uma Série B ter pelo menos dois jogos por semana?
R – São mais jogos na semana e então a gente precisa preparar esses atletas fisicamente com nível de força muito bom, até porque não há muito tempo para treinar, a maior parte do tempo a gente vai estar viajando. Quando é jogo em casa são poucos dias de treino até outro jogo. Acaba sendo mais tempo de recuperação, então a gente precisa dar um lastro muito forte, principalmente nessa pré-temporada, para que os atletas consigam suportar a carga durante o ano. A gente vai ter que fazer essas manutenções de força, fazer essas recuperações, o trabalho junto com o NASP, com os fisioterapeutas, tudo isso vai ser muito importante durante a temporada.
Uma temporada maior obriga, também, a um elenco mais numeroso?
R – Não necessariamente. Acho que você tem que ter mais qualidade. A qualidade que eu falo não é só técnica, é física, ter jogadores ali que suportam uma carga alta, de intensidade alta, com jogadores que tenham fibra rápida, que se recuperam rápido, para poder suportar já um outro jogo que provavelmente vai ser 72 horas depois, então tudo depende dessa montagem do elenco. Não precisa ter um elenco muito cheio, porque isso acaba prejudicando também, mas você precisa ter jogadores com um número considerável aí, mais ou menos próximo da Série C, 27 a 30 atletas que suportem alto nível de intensidade e que tem uma recuperação rápida, porque como a própria pergunta cita, existem dois jogos na semana, então eles precisam recuperar rápido, ter uma recuperação física rápida para que eles possam estar prontos para jogar o próximo jogo sem ter risco de lesão.